A tão esperada adaptação do clássico da literatura, *O Morro dos Ventos Uivantes*, está prestes a ser lançada e já causa polêmica antes mesmo de chegar aos cinemas. Com estreia marcada para o Dia dos Namorados, a nova versão promete uma abordagem “agressivamente provocativa” e, segundo os primeiros espectadores, tonicamente abrasiva, deixando os românticos em dúvida sobre o que esperar dessa reinterpretação. Dirigida por Emerald Fennell, conhecida por seu trabalho no aclamado *Promising Young Woman*, a adaptação apresenta Margot Robbie no papel de Catherine Earnshaw e Jacob Elordi como Heathcliff.
Uma abordagem ousada do clássico
A adaptação de Fennell se recusa a seguir a linha tradicional de outras versões da obra de Emily Brontë. Ao invés disso, ela “se desvia significativamente do material original”, que muitas vezes deixa os detalhes mais sombrios para a imaginação dos leitores. Essa nova versão é descrita como “deliberadamente não romântica”, repleta de cenas que envolvem erotismo e sexualidade em formas que muitos considerariam incómodas, como cenas de masturbação e um encontro sexual inspirado em BDSM que utiliza rédeas de cavalo.
Chocando o público desde o início
A narrativa começa com uma cena de execução pública que logo se transforma em algo surreal, apresentando um condenado que “ejacula a meio da execução”, o que leva a multidão em volta a entrar em um “frenesi orgiástico”. Essa cena consistente em chocar é apenas o início de uma série de momentos que visam agitar as emoções e provocar a audiência.
Desde texturas sugestivas, como gema de ovo escorrendo entre os dedos e massa sendo amassada com agressividade silenciosa, até imagens mais bizarras, como um caracol deslizando lentamente pelo vidro, a filmagem parece ter a intenção de perturbar tanto quanto entreter. Para aqueles que se encantam pela história de amor entre Heathcliff e Catherine, essa adaptação pode se destacar como a mais inusitada até agora.
Expectativa crescente e críticas
Com a aproximação da estreia, as expectativas estão altíssimas. A crítica especializada já elogiou a ousadia de Fennell, afirmando que a adaptação traz uma “nova energia” ao material, algo que há muito era necessário. O que muitos esperam é que a nova abordagem não só desafie a forma como a história é contada, mas também faça com que as pessoas discutam o que representa o amor e o desejo nas relações humanas.
Margot Robbie, que comentou sobre a experiência de trabalhar com Fennell, descreveu a diretora como “mestre em tom e enredo”, destacando sua capacidade de tocar nas partes mais depravadadas da psique humana. Robbie acredita que o que Fennell traz é um conteúdo que incita conversas e reflexões profundas. “É o momento que as pessoas comentam por semanas após assistirem”, afirma a atriz.
Desafios e controvérsias
No entanto, a escolha de um elenco totalmente não inglês também levantou questões e críticas. Fennell e o diretor de elenco, Kharmel Cochrane, defenderam a decisão de escalar Robbie e Elordi, ambos australianos, em papéis que tradicionalmente eram preenchidos por atores britânicos. Cochrane enfatizou que o importante é a história e não a etnia, provocando reações variadas dentro da comunidade fã da literatura.
Históricamente, *O Morro dos Ventos Uivantes* teve diversas adaptações ao longo das décadas, incluindo uma de 1939 com Laurence Olivier, mas a maioria delas se apresentou como adequadas para um público jovem. Com essa nova versão, a expectativa é que o filme coloque em pauta questões mais adultas e um olhar profundo sobre a natureza humana, despejando tudo em uma tela de cinema.
No entanto, o que pode ser promissor para alguns, pode ser repulsivo para outros. Liberalidade ou desrespeito? A adaptação de *O Morro dos Ventos Uivantes* está preparada para dividir opiniões quando chegar aos cinemas, e a única certeza é que muitos estarão de olhos grudados na tela, prontos para absorver a intensidade que Fennell promete entregar.
