Na noite de sexta-feira (8), Nagasaki, no Japão, sediou uma vigília de 24 horas na Catedral de Urakami, reunindo fiéis de várias religiões e países para lembrar as vítimas do bombardeio atômico de 1945 e clamar por desarmamento nuclear.
Memorial e oração na Terra Sagrada de Nagasaki
A catedral, reconstruída após a destruição pela bomba “Fat Man” em 1959, tornou-se símbolo de esperança e esperança de paz global. Durante a cerimônia, os sinos da igreja tocaram em homenagem às vítimas, reforçando o compromisso por um mundo sem armas nucleares.
O arcebispo Peter Michiaki Nakamura de Nagasaki acolheu uma delegação internacional, incluindo quatro líderes católicos dos EUA: o Cardeal Blase Cupich, de Chicago; o Cardeal Robert McElroy, de Washington; o arcebispo Paul Etienne, de Seattle, e o arcebispo John Wester, de Santa Fé. A visita integrou a “ Peregrinação da Paz”, parte do Jubileu da Esperança da Igreja.
Reflexões sobre a tragédia e apelo moral
Durante a homenagem, Cupich criticou os bombardeios de 1945, considerados “profundamente equivocados” por violar o princípio de proteção aos civis. “Precisamos de pessoas comprometidas com limites morais na guerra, onde matar inocentes seja inadmissível”, afirmou o arcebispo em Nagasaki, em discurso que reiterou a posição do Vaticano contra armas nucleares.
McElroy destacou que a Igreja reafirma a condenação categorica às armas nucleares, lembrando as advertências do Papa Francisco. “A dissuasão nuclear não é um passo para a eliminação, mas uma armadilha que ameaça toda a humanidade”, alertou o cardeal.
Rede global de oração e esperança
O programa de peregrinação na cidade incluiu adoração perpétua na Catedral de Urakami, missa pelo fim da guerra e uma procissão com tocha desde a templo até o Hypocenter Park, local do impacto, simbolizando a reconstrução espiritual e física de Nagasaki.
Universidades dos Estados Unidos e Japão, como Georgetown, Notre Dame, Loyola Chicago, Sophia (Tóquio) e Nagasaki Junshin Catholic University, participaram de debates sobre ética católica e política nuclear, coordenados pelo Partnership for a World Without Nuclear Weapons, colaborando com dioceses de Santa Fé, Seattle, Hiroshima e Nagasaki.