Brasil, 10 de agosto de 2025
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‘Freakier Friday’ é humilhante para todos envolvidos, afirma crítica de cinema

Sequência fraca de clássico da Disney, ‘Freakier Friday’ decepciona e expõe o esgotamento de Hollywood com nostalgia e reboots

A nova produção ‘Freakier Friday’, estrelada por Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan, reforça a tendência de Hollywood em explorar sequências e remakes, muitas vezes sem o charme original, e acaba sendo uma experiência constrangedora para todos os envolvidos, afirma a crítica Stephanie Zacharek, do TIME. A obra, que retoma o enredo de 2003, apresenta uma troca de corpos envolvendo duas gerações distintas, mas consegue deixar a desejar na autenticidade e na qualidade.

O desastre de ‘Freakier Friday’ diante da nostalgia

A radical mudança na fórmula, que troca risos por situações constrangedoras e piadas de mau gosto, mostra como Hollywood insiste em explorar histórias familiares antigas sem a mesma eficiência de antes. Curtis interpreta Tess, uma psicóloga que agora se dedica a podcasts, enquanto Lohan vive Anna, uma ex-astro do rock que agora cria uma filha adolescente. A trama ainda incorpora uma troca de corpos em quatro vias, mais confusa e menos divertida, com protagonistas presos em corpos de diferentes idades e status.

Segundo Zacharek, essa sequência não consegue manter a leveza e o humor inteligente do original, tendo como principal objetivo apenas explorar o apego do público pelo passado. “Freakier Friday” é uma tentativa de lucrar com uma franquia que tinha sua força na sua simplicidade, humor e observação social, características que ficam completamente de fora nesta produção.

Repetições e a crise do cinema de reboots

A crítica aponta ainda que a insistência nas refilmagens e sequências, especialmente neste verão, reforça a sensação de que Hollywood está perdida em uma nostalgia sem fim. Desde ‘Naked Gun’ com Liam Neeson até ‘Jurassic World: Rebirth’, o mercado tem apostado no retorno de franquias, muitas vezes sem inovar ou agregar valor às histórias originais, levando o público a um ciclo de repetição cansativa.

De acordo com analistas, essa estratégia atua como uma espécie de fuga, uma tentativa de reanimar um mercado que se vê cada vez mais dependente de nomes conhecidos para garantir bilheteria, especialmente com a explosão do streaming reduzindo a viabilidade do cinema tradicional. “Apesar de serem algumas refilmagens até divertidas, essa obsessão por nostalgia prejudica a criatividade”, destaca a crítica.

O impacto na cultura e no futuro do cinema

O fenômeno resulta em uma experiência cinematográfica mais vazia, onde a qualidade fica em segundo plano, e a sensação de que tudo está sendo feito só para agradar ao público que gosta de revisitar épocas passadas. Zacharek reforça que, enquanto artistas independentes e algumas novas plataformas continuam investindo em projetos originais, o grande cinema comercial parece mais interessado em reviver o passado do que em inovar.

Apesar do ceticismo geral sobre o futuro, há esperança de que novos cineastas possam reverter essa crise criativa, trazendo narrativas mais humanas e originais. Como exemplo, ela cita ‘Eddington’, de Ari Aster, como uma obra que, apesar de imperfeita, demonstra uma autenticidade que o cinema de grande orçamento parece ter abandonado. “No fim, a criatividade ainda vive nos filmes feitos com paixão, mesmo que fiquem aquém da perfeição.”

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