O renomado apresentador Fausto Silva, popularmente conhecido como Faustão, passou recentemente por um novo capítulo em sua luta pela saúde. Nos dias 6 e 7 de agosto, ele foi submetido a dois transplantes de órgãos – um fígado e um retransplante renal – no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Esses procedimentos marcam o quarto órgão transplantado desde que Faustão iniciou seu tratamento, em 2023.
O estado de saúde de Faustão
Internado desde 21 de maio, o apresentador de 75 anos enfrentou uma infecção bacteriana aguda que o levou a necessitar de intervenções cirúrgicas complexas. O boletim médico informou que os órgãos utilizados foram provenientes de um único doador, compatíveis segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo. Faustão já havia passado pelo primeiro transplante de coração em agosto de 2023, seguido por um segundo transplante renal em fevereiro de 2024.
Transplantes de órgãos no Brasil
A situação de Faustão levanta um questionamento crucial sobre a fila para transplantes de órgãos no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o país é detentor do segundo maior programa público de transplantes do mundo, embora ainda enfrente um grande número de pacientes à espera de doações. Em 2024, o Brasil alcançou a marca histórica de 30.300 transplantes realizados em um único ano, com aproximadamente 85% desses procedimentos sendo realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O estado de São Paulo, onde Faustão reside, foi responsável por uma significativa parcela desses transplantes, realizando 9.537 procedimentos no total. O transplante de córnea lidera as estatísticas, seguido por rim, medula óssea e fígado.
Como funciona a fila de transplantes no SUS
A fila de transplantes gerenciada pelo SUS é baseada em critérios técnicos de gravidade da saúde do paciente, compatibilidade genética e outros fatores relevantes. O processo prioritiza pacientes em estado crítico. Entre as condições que garantem prioridade estão a impossibilidade total de acesso à diálise para doentes renais e a insuficiência hepática aguda, entre outras.
Além disso, a lista de espera é organizada de acordo com a ordem de chegada dos pacientes, mas a gravidade do quadro clínico pode acelerar o atendimento. Para a compatibilidade dos órgãos, fatores como tipo sanguíneo, porte físico e a distância geográfica entre doador e receptor também são levados em conta. O tempo de isquemia, que se refere ao período fora do corpo, é crucial e impõe limites na logística dos transplantes.
Cenário atual da fila de transplantes
Ainda segundo o Ministério da Saúde, até junho de 2025, o Brasil contava com cerca de 78 mil pessoas à espera de um transplante. O rim é o órgão mais buscado, com 42.838 pacientes na fila, seguido da córnea e do fígado. Em São Paulo, aproximadamente 28 mil aguardam por transplantes, denotando a necessidade urgente de doações.
Faustão, que teve prioridade na fila devido à gravidade de seu estado de saúde, exemplifica como a fila dos transplantes exige não apenas doações, mas um sistema eficiente para atender a demanda crescente. A luta do apresentador por saúde é uma lembrança da fragilidade da vida e da importância da solidariedade na doação de órgãos.
A trajetória de Faustão não apenas destaca o enorme esforço clínico em um dos hospitais mais respeitados do Brasil, mas também traz à tona questões críticas sobre a eficácia do sistema de transplantação, bem como a necessidade de sensibilização sobre a doação de órgãos. A busca por um futuro mais saudável continua e cada doação pode salvar vidas, como a do querido apresentador Faustão.