Brasil, 10 de agosto de 2025
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Conflito financeiro entre Botafogo e Eagle Football Holdings gera tensão

Ruptura entre John Textor e sócios revela disputas financeiras e contabilidade entre clubes da rede Eagle.

Uma das questões mais delicadas na disputa entre John Textor e seus sócios na Eagle Football Holdings envolve os empréstimos realizados entre os clubes da “família Eagle”, um conceito que nasceu para unificar as finanças dos clubes sob a gestão do empresário americano. Entretanto, com o recente rompimento das relações, Textor, através da SAF do Botafogo, começou a cobrar o pagamento dos empréstimos feitos pelo clube carioca, tanto ao Lyon quanto à própria Eagle, onde possui ações majoritárias. Enquanto isso, seus sócios argumentam que o Botafogo também deve um montante considerável e pedem uma auditoria contábil em todos os clubes do grupo para esclarecer a situação.

Disputa judicial por dívidas

A estratégia da Eagle no processo judicial movido pela SAF envolve contestar uma dívida de 23 milhões de euros, equivalentes a cerca de R$ 152 milhões. Um ponto crucial que será destacado é a atuação de Textor, que, em diversas ocasiões, atuou simultaneamente como diretor da Eagle, a devedora, e como officer da SAF Botafogo, a credora. Essa duplicidade de funções suscitou preocupações, já que Textor tem solicitado e concedido empréstimos a si mesmo, alegando que isso era necessário para atender os interesses de seus diferentes clubes ao longo dos últimos três anos.

Paralelamente, a SAF Botafogo enviou ao Lyon uma carta reivindicando o pagamento de mais de 120 milhões de euros referentes a empréstimos feitos desde 2023. No documento, o clube alvinegro estipula um prazo de 30 dias para o reembolso e avisa que, caso a quantia não seja devolvida, buscará a via judicial para resolver a questão. Contudo, a Eagle contesta esses valores, argumentando que uma auditoria no “caixa único” é essencial para determinar quem deve a quem.

Desafios nas operações financeiras

Com a situação financeira do Botafogo se deteriorando, a preocupação interna na SAF se torna evidente. O clube tem utilizado recursos da receita gerada por programas de sócio-torcedor, patrocinadores, e até mesmo premiações, para saldar as dívidas com o Lyon. De acordo com as projeções, mesmo com o dinheiro atualmente disponível, o Botafogo poderá manter seus compromissos financeiros apenas por mais três meses sem recorrer a adiantamentos de receitas futuras.

A instabilidade gerada por essa questão também se reflete em um processo judicial que não para de crescer. O juiz Victor Agustin Cunha Jaccoud Diz Torres determinou, em decisão liminar, o congelamento de qualquer alteração no controle da SAF Botafogo, assegurando que Textor continue à frente das operações. Novos pedidos de execução de valores estão previstos nos próximos dias, e, segundo aliados de Textor, este litígio pode ser uma estratégia para melhorar sua posição nas negociações para a recompra da SAF.

Contexto e impacto da situação

Em uma nota divulgada na última segunda-feira, a SAF do Botafogo enfatizou que medidas de órgãos reguladores na França comprometeram o funcionamento do caixa único entre os clubes da “família Eagle”. Essa situação levou à interrupção dos acordos de “cash pooling” que, segundo a alegação, eram vantajosos para todas as partes envolvidas. Frente a esse desafio, o Botafogo se viu na necessidade de formalizar, por meio de vias legais, o pedido de reembolso com relação aos valores anteriormente emprestados.

A crise financeira e a contabilidade nebulosa dos clubes da rede Eagle Football Holdings não apenas afetam o Botafogo, mas também levantam questões sobre a governança e a transparência nas operações financeiras do futebol moderno. A disputa entre Textor e seus sócios ilustra os desafios enfrentados pelos clubes que buscam um modelo financeiro viável e equilibrado, além de evidenciar a crescente complexidade das relações entre investidores e gestões de clubes.

Com essa situação ainda em desenvolvimento, os torcedores do Botafogo e os envolvidos no caso aguardam ansiosamente pelos próximos desdobramentos, que prometem ter um grande impacto no futuro financeiro e esportivo do clube.

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