Brasil, 10 de agosto de 2025
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Bispo de Brooklyn rejeita pagamentos após ausência de provas na Igreja

Bispo aposentado de Brooklyn nega abuso e critica pagamento a testemunhas mesmo sem evidências oficiais, aumentando controvérsia

Um bispo católico aposentado de Brooklyn, Nicholas DiMarzio, rejeitou veementemente acusações de abuso sexual feitas por dois homens que alegaram ter sido vítimas na década de 1970 e 1980. Apesar de a Igreja Católica ter declarado, em 2021, que as alegações não tinham “semblante de verdade”, investidores de seu caso continuam a questionar o procedimento e os pagamentos de indenizações entregues às testemunhas.

Rejeição às alegações e explicações oficiais

DiMarzio afirmou nesta semana que nunca cometeu abusos durante seus mais de 50 anos de sacerdócio. “Desde o começo, afirmei que nunca abusei de ninguém”, declarou o bispo aposentado, reforçando que uma investigação canônica exaustiva e um teste de detector de mentiras confirmaram sua inocência. Segundo seu advogado, Joseph Hayden, a investigação foi conduzida por empresas independentes lideradas por ex-promotores federais e ex-diretores do FBI, sob as diretrizes do Vos Estis Lux Mundi, promulgadas pelo Papa Francisco.

Apesar disso, os processos judiciais ainda resultaram em pagamentos de indenizações a dois homens, que alegam ter sido vítimas de DiMarzio na década de 1970. As vítimas receberam valores considerados elevados, embora o próprio bispo ressaltou que as negociações de acordo não envolveram sua participação nem admitem responsabilidade da Igreja.

Polêmicas e críticas ao procedimento

O advogado de DiMarzio criticou os pagamentos, classificados como “uma decisão de negócio”, reforçando que o bispo não autorizou nem participou das negociações, nem assinou os acordos, que, na sua visão, não representam reconhecimento de culpa. O próprio prelado afirmou que os recursos serviram para evitar custos de litígios e promover uma resolução para todos os envolvidos.

Por outro lado, o advogado de uma das vítimas, Mitchell Garabedian, discorda do resultado da investigação do Vaticano, chamando-a de uma “paródia de investigação”. Em declarações à CNA, Garabedian acusou o processo de falta de rigor, alegando que uma das testemunhas não foi ouvida de forma direta e que recentemente as estruturas da Igreja continuam a encobrir casos de abuso.

Críticas à transparência na Igreja

Garabedian descreveu o procedimento como uma tentativa de encobrir os fatos, questionando a integridade da investigação. “Isso não é surpresa, dado o histórico de encobrimento na Igreja ao longo das décadas”, afirmou. Ele também destacou que DiMarzio deixou seu cargo logo após a declaração do Vaticano, em 2021, pouco depois de ser considerado inocente oficialmente.

Impacto e futuro das investigações

As normas do Vos Estis Lux Mundi, que regem investigações e denúncias contra membros do clero, foram reiteradas pelo Papa Francisco em 2023, reforçando a responsabilidade das dioceses de conduzir apurações internas e externas. No entanto, a controvérsia envolvendo DiMarzio reacende debates sobre a transparência e a confiabilidade dos procedimentos da Igreja na investigação de abusos.

Enquanto o Vaticano e a Arquidiocese de Newark justificaram os pagamentos como uma tentativa de evitar longos litígios e proporcionar encerramento às vítimas, críticos permanecem céticos quanto à imparcialidade dos processos e à efetividade das investigações em temas sensíveis como o abuso sexual na Igreja.

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