No dia 8 de agosto de 2025, o Brasil se despediu de Arlindo Cruz, um dos ícones do samba, que faleceu aos 66 anos. O sambista fez sua última apresentação no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, antes de sofrer um AVC que mudaria radicalmente sua vida. O evento marcou a estreia do musical Cartola – O Mundo é um Moinho, realizado em março de 2017, um dia antes de sua internação.
A última apresentação e seu legado
Na ocasião, Arlindo Cruz foi o convidado especial do musical que homenageava um de seus maiores ídolos, Cartola. A informação foi relembrada por seu biógrafo, Marcos Salles, durante uma entrevista ao Brito Podcast. Salles destacou a importância dessa apresentação, que teve um toque especial, uma vez que Arlindo também assinou a trilha sonora do espetáculo. Junto ao compositor Igor Leal, ele criou o samba-enredo que enriqueceu a peça teatral.
A emoção de homenagear Cartola
Durante a preparação para o musical, Arlindo expressou sua emoção ao falar sobre a homenagem. Em uma entrevista ao Extra, ele afirmou: “A ideia é fazer com que as pessoas saiam sonhando e lembrando do musical. É a primeira vez que faço trilha para teatro e, já na minha estreia, falo desse mestre, que influenciou minha geração e é um personagem que balizou a música.” Essas palavras revelam a profundidade da admiração que ele sentia por Cartola, um dos maiores nomes do samba brasileiro.
O sambista ainda compartilhou um trecho da canção criada para o musical: “O refrão da música que compomos diz: ‘A sorrir eu pretendo levar minha vida inteira. Ouvindo Cartola. Curtindo Mangueira’. Estamos evocando Cartola.” Essas letras ressoam não apenas como um tributo, mas como um reflexo da própria essência de Arlindo, que sempre buscou transmitir alegria através da música.
O impacto do AVC na carreira de Arlindo Cruz
Infelizmente, a alegria da estreia foi ofuscada pelo grave acontecimento que se seguiu. No dia seguinte à apresentação, Arlindo Cruz estava programado para se apresentar em Osasco, São Paulo, mas o show foi cancelado devido a um AVC hemorrágico que ele sofreu. O episódio exigiu sua internação imediata e trouxe um afastamento definitivo dos palcos.
A luta de Arlindo contra as sequelas do AVC foi intensa e visível. Nos anos seguintes, ele se tornou um símbolo da perseverança e da força, enfrentando desafios pessoais e profissionais. Arlindo sempre encontrou conforto na música, e isso o ajudou a se manter conectado ao que mais amava: o samba.
Um legado eterno
Hoje, ao olharmos para a trajetória de Arlindo Cruz, é inegável o impacto que ele deixou na música brasileira, especialmente no gênero samba. Seu amor pela arte e sua habilidade em criar letras que capturavam a essência do cotidiano fizeram dele uma figura memorável. Também é importante lembrar que seu legado continuará vivo nas vozes de novos artistas que se inspiram em suas obras e na forma como ele viveu seu amor pela música.
Com a lembrança de sua última apresentação no Teatro Carlos Gomes, continuamos a celebrar a vida e o trabalho de Arlindo Cruz. Seu samba ecoará eternamente nas gerações que ainda virão, e sua história se tornará uma lenda dentro da cultura brasileira.
Arlindo Cruz não foi apenas um grande artista, mas um verdadeiro poeta do samba, que sempre soube emocionar e entreter seu público, deixando uma marca que permanecerá na memória de todos os amantes da música.
