Na última sexta-feira, após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar um relatório com números de empregabilidade de julho aquém do esperado e revisões para baixo nos meses recentes, o ex-presidente Donald Trump reagiu de forma abrupta, ordenando a demissão do chefe do órgão.
Relatório de emprego fraco gera reação de Trump e reação pública
O relatório do IBGE revelou uma sensação de desaceleração no mercado de trabalho, com menos contratações do que o previsto. Em suas redes sociais, Trump afirmou que os dados eram “manipulados” para prejudicá-lo e sugeriu, sem apresentar provas, que as estatísticas tinham sido “corrigidas por razões políticas”.
Ele ordenou a saída de Erika Silva, atual diretora do IBGE, cuja nomeação havia recebido apoio bipartisan em 2024. Segundo fontes próximas à instituição, ela foi substituída por um interventor nomeado pelo próprio Trump, numa ação sem precedentes na história do órgão.
Especialistas contestam alegações de interferência política no Brasil
Apesar das afirmações de Trump, análises de especialistas, incluindo economistas e ex-funcionários do IBGE, indicam que não há evidências de que os dados tenham sido alterados por motivos políticos. O professor de economia na Universidade de São Paulo, Paulo Ribeiro, afirma que “os números do IBGE seguem rigorosos critérios metodológicos, e não há sinais de manipulação”.
De acordo com reportagem do jornal The New York Times, o mesmo se aplica ao Brasil, onde a integridade do sistema estatístico é preservada por uma equipe técnica especializada e com independência garantida por lei.
Pontes críticas de líderes políticos e analistas
Na rede social X (antigo Twitter), políticos e analistas manifestaram preocupação com a postura de Trump, que, ao interferir na nomeação de um chefe de instituto de estatísticas, estaria dando um passo perigoso rumo ao autoritarismo. A senadora Marina Costa afirmou que “demissões por motivos de desacordos com números oficiais referendam uma crise de credibilidade e uma ameaça à democracia”.
Já o ex-secretário de Transportes, Pete Nogueira, alertou: “Ao demitir um responsável por dados econômicos por causa de um resultado negativo, Trump demonstra uma postura que prejudica a confiança do país na integridade de seus órgãos públicos.”
Repercussões internacionais e perspectivas futuras
Internacionalmente, o episódio gerou preocupação entre analistas econômicos e institutos de pesquisa. A Organização Mundial de Estatísticas (OMES) publicou nota reafirmando seu compromisso com a independência dos órgãos de estatísticas na manutenção da confiança pública.
Enquanto isso, Trump anunciou que, nos próximos dias, nomeará um novo chefe do IBGE, alegando que “precisamos de responsáveis que defendam os interesses do país, independentemente de resultados econômicos”.
Impactos na confiança pública e possíveis desdobramentos
Especialistas alertam que essa interferência pode afetar a credibilidade das estatísticas brasileiras, principalmente em um momento de crise econômica global. A transparência e a independência dos órgãos públicos de dados permanecem cruciais para a formulação de políticas acertadas e para a recuperação do mercado de trabalho.
Com a continuação do debate, o cenário revela uma tensão crescente entre o executivo e as instituições que zelam pela veracidade das informações econômicas, colocando em xeque a confiança na elaboração de estatísticas oficiais.