Uma tragédia abalou a comunidade de Teresina, Piauí, na manhã de quarta-feira (7), quando a pequena Alice Brasil, de apenas 4 anos, morreu após ser atingida por uma penteadeira dentro do CEV Colégio, localizado no bairro Morada do Sol. O acidente deixou os pais da menina, Dayana Brasil e Cláudio Sousa, devastados, e a situação se agrava pela forma como foram informados sobre o ocorrido.
O anúncio angustiante do acidente
A situação foi revelada durante uma entrevista coletiva onde os pais contaram que souberam do acidente por meio de uma professora que estava saindo da escola. A educadora, ao ver Alice sendo levada, imediatamente contactou Dayana para informá-la do ocorrido.
“A professora da manhã me ligou e disse: ‘aconteceu alguma coisa com a Alice na sala aqui do lado, estão levando ela para a UPA’. A ligação falhou e fiquei sem saber mais detalhes”, relatou a mãe, que tentou acalmar a situação ligando diretamente para a unidade de saúde. No entanto, ao chegar à UPA do bairro Satélite, foi informada que sua filha não havia dado entrada.
Desespero e incertezas
Dayana ficou em estado de choque ao saber que Alice não estava na UPA como foi informada. Ela revela ainda a frustração por ter sido retirada da escola sem sua autorização. “Eu comecei a ligar para as professoras da tarde, ninguém me atendia, e não sabia se era verdade se estavam indo para essa UPA. Cheguei na UPA, falei que minha filha tinha dado entrada e disseram que não atendiam crianças dessa idade”, desabafou.
A situação se agrava ainda mais, pois uma ambulância foi ao encontro da família que se dirigia à UPA. O atendimento começou imediatamente, mas a mãe não pôde acompanhar. "Não me deixaram entrar na ambulância para ver minha filha. Fiquei desesperada", relembra.
O momento de dor e a luta para entender a perda
O pai de Alice chegou logo após e, juntos, enfrentaram uma das situações mais dolorosas de suas vidas. Ela continua sua narrativa saudosa: “Quando vi meu marido chegando, tentamos ver como estava, mas a equipe médica disse que precisávamos sair para não atrapalhar o atendimento. Poucos minutos depois, recebemos a notícia que não queríamos ouvir: não havia mais o que fazer”.
A dor é insuportável para Dayana, que descreve o momento como o mais cruel de sua vida. “É uma dor que dilacera. Não desejo isso a ninguém. Agora, o desafio maior será ajudar meu filho gêmeo a entender a ausência da irmã”, desabafa, com os olhos cheios de lágrimas.
O impacto na comunidade e um pedido de esclarecimentos
A comunidade escolar está em estado de consternação e luto pela perda traumatizante. O Colégio CEV se manifestou em nota, assegurando que está colaborando com as investigações sobre o acidente e reiterando seu compromisso com os alunos e suas famílias.
“Estamos à disposição das autoridades competentes e colaborando integralmente com as investigações em curso. Nossa prioridade é oferecer apoio psicológico e acolhimento a todos envolvidos”, informa o colégio.
Reflexões sobre segurança nas escolas
Após o trágico incidente, muitos se questionam sobre as condições de segurança nas instituições de ensino. A falta de supervisão adequada e o armazenamento seguro de móveis e equipamentos são tópicos que geram discussões acaloradas entre pais e educadores. É imprescindível que medidas preventivas sejam adotadas para evitar que eventos semelhantes ocorram no futuro.
Enquanto isso, a dor da família de Alice continua, e a busca por respostas e justiça permanece. O luto e a perda de uma criança em uma tragédia como essa impactam não apenas os pais, mas toda a comunidade. Que a lembrança de Alice traga mudanças positivas e melhorias nas condições de segurança nas escolas do Brasil.