Brasil, 8 de agosto de 2025
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Setor têxtil brasileiro vai aos EUA negociar tarifa de 50%

Indústria da moda busca reduzir tarifa de 50% nos EUA por meio de encontros e lobby, frente ao impacto do tarifaço nas exportações brasileiras

A indústria têxtil e de confecção brasileira enviará uma delegação aos Estados Unidos no início de setembro para discutir a alta de 50% nas tarifas de exportação, um impacto que ameaça o setor. A missão, coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), visa estreitar contatos com empresas e entidades americanas para tentar reduzir a tarifa.

Esforços para minimizar o impacto do tarifaço

Além do encontro bilateral, a CNI anunciou a contratação de um escritório de lobby nos EUA, uma atividade legalizada no país, para convencer o governo norte-americano a diminuir a tarifa. Segundo Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit, a iniciativa busca mostrar ao governo americano o peso do setor privado brasileiro na economia.

Propósito da missão e cenário atual

A proposta é promover encontros entre fornecedores e clientes brasileiros e americanos, além de fortalecer as relações institucionais. “Queremos mostrar o interesse do setor privado e criar uma relação melhor com os americanos, porque o Brasil está sendo extremamente penalizado”, explica Pimentel. A mobilização ocorre após muitos exportadores terem se antecipado ao tarifaço, enviado cargas antes do prazo final, para evitar o aumento de custos.

Impacto do tarifaço nas exportações brasileiras

Com 80% da produção destinada ao mercado dos Estados Unidos, o setor de confecção brasileiro enfrenta dificuldades. No ano passado, as importações americanas de itens de confecção totalizaram US$ 114 bilhões, sendo que a China respondeu por US$ 28 bilhões. Entre os principais compradores estão Vietnã, Camboja e Bangladesh, e a moda brasileira tem forte presença nesse mercado.

Segundo dados da Abit, 40% da moda praia e 27% dos vestidos e saias exportados pelo Brasil são enviados aos EUA, que representam uma parcela significativa para segmentos de maior valor agregado. “Para algumas empresas, 50% do faturamento vem do mercado americano, o impacto do tarifaço será brutal e pode comprometer até 85% das exportações previstas para o próximo ano”, alerta Pimentel.

Consequências econômicas e sociais

Se a perda desses negócios ocorrer, o setor pode perder cerca de cinco mil empregos formais apenas neste ano, segundo estimativas. Na soma dos empregos indiretos, o impacto pode chegar a 15 mil postos de trabalho. O valor das exportações previstas para o próximo ano era de aproximadamente R$ 500 milhões a R$ 550 milhões, mas, sem ações, 85% desse valor estaria comprometido.

Participaram da primeira reunião de ações contra o tarifaço o vice-presidente Alckmin, e os ministros Fernando Haddad e Rui Costa. Entre as possíveis medidas de compensação estão a extensão de prazos de pagamento, redução de impostos, linhas de crédito facilitadas e flexibilização na jornada de trabalho, semelhantes às adotadas durante a pandemia, porém de forma mais seletiva.

Perspectivas para o setor têxtil diante do tarifaço

A estratégia para o setor é unir esforços diplomáticos, comerciais e políticos para minimizar os efeitos do tarifaço. Ainda que alterações no mercado demandem tempo, a mobilização busca evitar uma crise maior na indústria da moda brasileira, que é fundamental para nichos de alta qualidade e inovação. O governo brasileiro promete acompanhar as negociações e estudar medidas adicionais de apoio às empresas mais afetadas.

Para mais detalhes, consulte o texto completo na fonte.

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