Brasil, 7 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Presidente dos escoteiros de França reitera renúncia após críticas por posições sobre aborto e sexualidade

Marine Rosset, presidente dos escoteiros de França, deixou o cargo após críticas por apoio ao aborto e relacionamento homoafetivo

Marine Rosset, a recém-nomeada presidente dos maiores escoteiros inspirados pelo catolicismo na França, renunciou ao cargo menos de dois meses após sua eleição devido a forte repercussão por suas posições sobre aborto e sua vida pessoal homoafetiva.

Controvérsia e motivos da renúncia

Rosset, eleita em 14 de junho com votação de 22 a 2, afirmou que sua decisão foi motivada pela situação “insofrével” dentro do movimento e pelo desejo de “proteger a organização”. A líder de 39 anos, membro do Partido Socialista, também comentou que sua administração foi alvo de instrumentalizações externas, que distorceram sua imagem e seus posicionamentos.

A associação dos escoteiros de França (SGDF), com mais de 100 mil membros, mantém uma identidade marcada por referências católicas, incluindo capelães e uma descrição de seu trabalho como movimento de “educação juvenil católica”.

Posições polêmicas e críticas internas

As posições públicas de Rosset, que defendem o direito ao aborto e sua relação homoafetiva, geraram forte oposição. Ela vive em união civil com uma pessoa do mesmo sexo e é mãe por reprodução assistida, fatos que contrariavam alguns membros conservadores da organização.

A própria líder admitiu que, após sua eleição, setores políticos, redes de comunicação e forças financeiras tentaram instrumentalizar suas posições, o que contribuiu para uma imagem distorcida do movimento.

Segundo o jornal Le Monde, alguns capelães internos consideraram sua nomeação problemática, expressando resistência às contradições entre sua vida pessoal e os ensinamentos da Igreja Católica sobre sexualidade e questões de vida.

Já o site católico Tribune Chrétienne qualificou a renúncia como “o fim de uma compreensão equivocada organizada”, destacando que liderar um movimento juvenil católico exige alinhar-se aos valores da Igreja.

Fatores políticos e impacto na decisão

Além das controvérsias internas, questões políticas influenciaram a decisão de Rosset. Com eleições parciais marcadas em sua circunscrição de Paris, ela planejava apoiar um candidato do Partido Socialista, movimento que poderia aprofundar a politização do movimento e afastar famílias católicas, segundo Le Monde.

Ela explicou que buscava evitar que suas declarações fossem alvo de uma análise excessiva, reforçando que a organização é maior do que sua imagem pessoal: “Era importante que o movimento não fosse reduzido à minha pessoa.”

A atual liderança do SGDF, representada pelo ex-vice-presidente Pierre Monéger, assumiu o comando de forma coletiva, com o apoio de duas novas vice-presidentes, Julie Lefort e Charles Le Gac. A associação afirmou ter sido alvo de “declarações violentas, discriminatórias e desumanizadoras”, e que Rosset entrou na Justiça devido às ameaças digitais recebidas.

Perspectivas futuras

A renúncia de Rosset marca um momento crítico na história do movimento escoteiro francês, que busca equilibrar sua identidade católica com uma sociedade cada vez mais pluralista. O SGDF declarou que continuará promovendo seus valores, agora sob uma nova direção coletiva, e que o foco é fortalecer o movimento sem comprometer seus princípios essenciais.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes