Brasil, 9 de agosto de 2025
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Personal trainer denuncia assédio de comissários durante voo

Uma personal trainer carioca relata ter sido vítima de assédio durante um voo da TAAG Airlines de Angola para o Brasil.

Uma tragédia de assédio e importunação sexual marcou o retorno da personal trainer carioca Taíssa Batista Tucci, de 30 anos, ao Brasil. O incidente ocorreu durante um voo da TAAG Airlines, que partiu de Luanda, em Angola, e tinha como destino o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no último domingo (3). Taíssa, que voltava de um intercâmbio na África do Sul, fez uma escala em Angola antes de retornar ao Rio de Janeiro, e durante a viagem enfrentou uma situação desrespeitosa e intimidadora.

O relato da vítima

Em conversa com a equipe do g1, Taíssa explicou que o episode se desenrolou na madrugada, quando ela se dirigia ao banheiro do avião. As luzes estavam apagadas e muitos passageiros dormiam, enquanto a equipe de comissários, composta por três homens e uma mulher, se encontrava próxima ao local. Ao solicitar passagem, a personal trainer não imaginava que seria abordada de forma tão invasiva ao retornar ao seu assento.

“Um dos comissários comentou que ‘o amigo de trabalho’ havia dito o quanto eu era bonita. Eles perguntaram se eu era casada, e ao responder que sim, um deles disse: ‘Que pena pro seu marido’. Reagi, afirmando que era sorte dele, mas recebi a resposta: ‘Pena que ele precisa dividir’. Eu me senti intimidada, e outro comissário chegou a mencionar a Lei Maria da Penha”, relata Taíssa, visivelmente abalada com a lembrança.

Consequências emocionais

A passageira revelou que, após o ocorrido, sentiu-se vulnerável e angustiada. “Voltei para o meu assento e comecei a chorar. Eu estava refletindo sobre a cultura do estupro à qual nós, mulheres, estamos expostas. Era um momento em que eu deveria estar a salvo, e me sentia totalmente desamparada”, desabafou.

Além de registrar a ocorrência junto à polícia, Taíssa decidiu usar suas redes sociais para visibilizar a situação e expressar sua indignação. A queixa foi formalmente registrada na 16ª DP (Barra) e será encaminhada à Polícia Federal, uma vez que as violações ocorreram em espaço aéreo internacional. “Esperei a companhia aérea se pronunciar e estou aguardando a resposta sobre os procedimentos que eles vão tomar”, conta a personal trainer.

Reação da TAAG Airlines

Após a repercussão do caso em redes sociais e na imprensa, a TAAG Airlines se manifestou por meio de um comunicado. A empresa lamentou profundamente o que aconteceu e ofereceu desculpas a Taíssa, afirmando que o ambiente a bordo deve ser seguro e respeitoso. A TAAG ressaltou que a denúncia foi encaminhada de maneira urgente para as áreas competentes e que pretende tomar todas as medidas necessárias para evitar que incidentes semelhantes ocorram no futuro.

Início de um processo jurídico

O advogado de Taíssa, Daniel Blanck, confirmou que está preparando uma representação criminal por importunação sexual e assédio contra a companhia aérea. “Esses crimes podem ser aplicados independentemente da localização, desde que haja conexão com o Brasil. Também estamos preparando uma ação civil para buscar indenizações por danos morais, dado que a passagem foi adquirida em território brasileiro”, explicou Blanck.

O advogado ainda fez um alerta a todas as mulheres que passam por situações semelhantes. “Na hora em que ocorrer um caso como esse, é essencial registrar a situação imediatamente. Se não for possível, acesse o capitão da aeronave e peça para registrar uma ocorrência. Ao desembarcar, dirija-se a Polícia Federal e formalize a queixa”, orientou. A ANAC disponibiliza uma cartilha com orientações para passageiros que vivenciam essas experiências desagradáveis e tristes.

Como pedir ajuda em situações de violência contra a mulher

É importante que as mulheres saibam que não estão sozinhas e que têm direitos e meios de buscar ajuda. A divulgação desse tipo de relato é fundamental para criar um ambiente de apoio mútuo e empoderamento, e para que tais atos de assédio não se perpetuem em nossas sociedades. A luta contra a cultura do estupro e a impunidade deve ser uma prioridade, preservando a dignidade e a segurança de todas as mulheres.

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