Brasil, 25 de agosto de 2025
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Oposição desocupa Senado após motim sem acordo sobre impeachment

A oposição no Senado desocupou a mesa diretora após intensos protestos pela pauta do impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Nesta quinta-feira (7), a oposição no Senado decidiu desocupar a mesa diretora da Casa após quase 48 horas de protestos, sem que o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) se comprometesse a pautar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O motim teve início após Moraes decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado.

Contexto do motim e a situação de Jair Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro se encontra sob investigação por tentar reverter o resultado das eleições de 2022, além de obstruir o processo penal em razão de ações contra o comércio brasileiro. Essas circunstâncias se tornam ainda mais relevantes à medida que surgem sanções da Casa Branca direcionadas a Moraes. De acordo com Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, o movimento pela destituição de Moraes continuará, e ele afirma que a vitória da oposição reside no aumento do apoio em favor do impeachment.

“É evidente que o senador Davi vai se pautar pelo ambiente político. Na hora em que a maioria do Senado se posiciona, não tenha dúvida que isso vai pesar na posição do senador Davi.”

Vale destacar que, conforme a Constituição, é prerrogativa exclusiva do presidente do Senado pautar processos de impeachment contra ministros do STF. Davi Alcolumbre, no entanto, tem resistido em se comprometer com a temática e, ao ser questionado pela imprensa sobre a situação, se limitou a comentar: “vamos trabalhar”.

A situação do senador Marcos do Val

Além da questão do impeachment de Moraes, outro tema prioritário para a oposição é a suspensão das medidas cautelares impostas ao senador Marcos do Val (Podemos-ES), que é obrigado a usar tornozeleiras eletrônicas após descumprir decisões do STF. Marinho informou que Alcolumbre está se comprometendo a recorrer da decisão no Supremo.

Marcos do Val é investigado por supostas intimidações a delegados da Polícia Federal que estavam cuidando do caso Bolsonaro e descumpriu a ordem judicial que o proibia de sair do país, ao viajar para os Estados Unidos.

Reação do governo e defesa da democracia

Oposição e governo têm se enfrentado em um cenário de alta tensão. Jacques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, informou que, em uma reunião recente com Alcolumbre, o presidente da Casa afirmou estar comprometido em não abrir mão de suas prerrogativas. O comentário de Wagner reflete a preocupação em não normalizar as pressões sobre as instituições democráticas do país.

“Ele disse que não faria acordo intimidado e sob chantagem. Acho que ele tomou a decisão correta. As pessoas parecem que se esquecem do 8 de janeiro com muita rapidez.”

Sob essa perspectiva, Wagner enfatiza a gravidade das ações contra o resultado das eleições de 2022, garantindo que tais atos não podem ser tratados de forma banal e que configuram uma das ameaças mais sérias à democracia brasileira.

Retorno ao funcionamento normal do Senado

Com a desocupação da mesa da diretoria, Davi Alcolumbre pôde realizar a sessão dessa quinta-feira de forma presencial. Inicialmente, a reunião estava programada para ser feita remotamente, considerando a tensão gerada pela ocupação. Na agenda legislativa, a Casa aprovou um projeto que isenta de Imposto de Renda (IR) os trabalhadores que recebem até dois salários mínimos, substituindo uma medida provisória que havia sido enviada pelo governo e será agora encaminhada para sanção presidencial.

Reações na Câmara dos Deputados

A situação não se limita ao Senado. Na noite anterior, a Mesa da Câmara dos Deputados também foi desocupada após mais de 30 horas, na sequência de protestos dos deputados da oposição que exigiam que o presidente Hugo Motta pautasse o projeto de anistia para aqueles condenados por tentativas de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O cenário político no Brasil continua tenso, e os desdobramentos dos acontecimentos ainda são incertos, deixando a população e os analistas atentos a possíveis novas movimentações no Congresso.

Texto ampliado às 13h05.

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