Brasil, 10 de agosto de 2025
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Oitenta anos dos bombardeios atômicos: reflexões pela paz

Dom Alexis Mitsuru Shirahama clama por um mundo sem armas nucleares em aniversário marcante.

No oitavo décimo aniversário dos bombardeios atômicos que devastaram Hiroshima e Nagasaki, um chamado à reflexão ressoa em todo o mundo. O bispo Alexis Mitsuru Shirahama, de Hiroshima, compartilha sua reflexão sobre a missão da Igreja em prol da paz e a abolição das armas nucleares, enfatizando a necessidade de uma consciência coletiva e de ação concreta. O legado dos sobreviventes, agora idosos, é um ponto central nesta busca por um futuro sem armas de destruição em massa.

A responsabilidade da Igreja após 80 anos

A Igreja Católica, conforme diz o arcebispo de Chicago, deve ouvir as vozes dos hibakusha, aqueles que sobreviveram aos bombardeios, e atuar em defesa da vida. Dom Shirahama afirmou: “Sentimos profundamente essa responsabilidade e continuamos a interrogar-nos sobre nossa missão. O poder destrutivo das armas nucleares hoje excede em muito o das bombas lançadas há 80 anos”. A mensagem é clara: devemos tirar lições do passado e agir para evitar que a história se repita.

A crescente ameaça nuclear no mundo contemporâneo

Atualmente, o cenário global sobre armas nucleares é alarmante. Em 2024, os gastos com armas nucleares pelas nove potências nucleares ultrapassaram a marca de 100 bilhões de dólares. Dados da Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares revelam que esses valores poderiam alimentar por quase dois anos milhões de pessoas que enfrentam a fome extrema. A opinião pública em várias nações também reflete essa crescente aceitação de armamentos nucleares, o que é preocupante para a segurança global.

Além disso, a preocupação em relação ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) é crescente, visto que estados com armas nucleares fora desse regime estão se afirmando cada vez mais. O bispo Shirahama adverte que devemos desmascarar a natureza desumana dessas armas e nos unir para rezar e trabalhar pela sua abolição.

Uma peregrinação pela paz em Hiroshima

Como parte da comemoração e reflexão deste aniversário, uma peregrinação foi realizada, começando na Catedral Memorial da Paz Mundial em Hiroshima e culminando em um simpósio em Nagasaki. Este evento contou com a participação de diversos líderes religiosos, incluindo o cardeal Blase Cupich e o cardeal Tarcisius Isao Kikuchi. Os hibakusha também estiveram representados, compartilhando suas experiências e reforçando o compromisso com a paz.

A peregrinação enfatiza a Aliança por um Mundo Sem Armas Nucleares (PWNW), que foi formada em 2023 e reúne arquidioceses de várias localidades, como Santa Fé, Seattle e Nagasaki, estabelecendo um caminho conjunto para fomentar a paz.

Mensagens de esperança dos Papas

Os apelos pela paz e a abolição das armas nucleares não são novos. Ao longo dos anos, vários papas, incluindo João Paulo II e Francisco, enfatizaram a importância de recordar os horrores causados por armas nucleares e os danos que essas armas podem causar a civilizações. Recentemente, o Papa Leão XIV também se manifestou, enfatizando que é crucial transformar a “ameaça de destruição recíproca” em diálogo e compreensão.

O comprometimento da Conferência Episcopal Japonesa

A Conferência Episcopal Japonesa também reafirmou seu compromisso com a paz. Em uma declaração recente, os bispos católicos do Japão pediram a abolição completa das armas nucleares, enfatizando que “como seguidores do Evangelho de Cristo, escolhemos buscar a paz por meio do diálogo e garantir o respeito à vida e à dignidade de todas as pessoas”. Eles destacam a necessidade de um mundo livre de armas nucleares, reiterando que a paz deve ser uma prioridade global.

Assim, o 80º aniversário dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki não é apenas um momento de recordar e lamentar, mas também uma oportunidade para refletir sobre o futuro e a necessidade de união em busca de ações concretas em prol da paz e da humanidade. A jornada de dom Shirahama e de outros líderes religiosos destaca a urgência de um compromisso global pela abolição das armas nucleares, uma reflexão fiel ao legado dos que sofreram com as consequências desses atos terríveis.

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