Um preocupante aumento no número de denúncias por assédio sexual no ambiente de trabalho foi registrado na região de Campinas, interior de São Paulo. De acordo com dados divulgados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), o período de janeiro a julho de 2025 marcou um crescimento de 19,14% nas denúncias, saltando de 47 processos no ano anterior para 56 neste ano. Essa estatística alarmante destaca a necessidade urgentíssima de ações eficazes para proteger os trabalhadores e garantir ambientes de trabalho seguros.
Aumento das denúncias e a importância da justiça
A advogada Thaís Cremasco, especialista em direito trabalhista, ressalta que a vítima de assédio sexual não é obrigada a registrar um boletim de ocorrência, mas enfatiza a relevância de buscar a Justiça do Trabalho. Segundo a profissional, realizar a denúncia não só é um direito, como também uma forma de garantir que medidas adequadas sejam tomadas contra os assediadores. “O mais importante é que a vítima entre com uma ação na Justiça do Trabalho, alegando o assédio e pedindo reparação, seja por danos morais ou materiais”, orienta Cremasco.
Casos impactantes na região
Casos de assédio e abuso têm ganhado visibilidade na região, como o incidente que ocorreu no último sábado em Amparo, onde uma motorista de aplicativo foi estuprada durante uma corrida. De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima foi abordada por um homem que conseguiu entrar em seu veículo e, durante o trajeto, cometeu o ato de violência. A rápida resposta da Polícia Militar resultou na prisão do suspeito, que confessou o crime. A empresa de transporte por aplicativo expressou sua indignação e reforçou o compromisso em apoiar as vítimas.
Além disso, em Valinhos, uma mulher de 33 anos relatou ter sofrido assédio sexual no trabalho, que se manifestou através de comentários inapropriados do colega. Após decidir fazer uma denúncia interna, a vítima se sentiu desamparada, já que a empresa não a ouviu e deu crédito apenas à versão do assediador. Este cenário evidencia a falta de apoio que muitas vítimas enfrentam nas próprias organizações em que trabalham.
Orientações para vítimas de assédio sexual
O MPT e outros especialistas têm incentivado as vítimas a denunciarem os casos, já que o silêncio pode perpetuar essa cultura de violência e impunidade. É essencial que as empresas adotem políticas claras de prevenção, proteção e punição para comportamentos inadequados, criando um ambiente mais seguro para todos os trabalhadores.
Cremasco aponta que, apesar de a lei não exigir que a vítima registre um boletim de ocorrência, a decisão de buscar a Justiça do Trabalho é crucial para a proteção dos direitos. Ela sugere que a denuncia pode incluir pedidos de danos morais, considerando o impacto psicológico que a violência pode causar, assim como possíveis danos materiais decorrentes da perda de emprego ou incapacitação.
A importância da conscientização e prevenção
Além das medidas legais, a educação sobre o tema é vital. Campanhas de conscientização dentro das empresas, abordando o que constitui assédio sexual e como os colaboradores podem se proteger e agir, são passos importantes para a mudança desse cenário. Precisamos de um ambiente de trabalho onde todos sintam-se respeitados e seguros, livres de comportamentos abusivos.
Se você ou alguém que você conhece passou por uma situação de assédio, não hesite em buscar justiça e apoio. A mudança começa com a luta por direitos e com a voz de cada um que se recusa a ser silenciado diante da violência.
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