Brasil, 7 de agosto de 2025
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Mais da metade das exportações brasileiras aos EUA terão tarifa de 50%

Levantamento da CNI revela que 41,4% das exportações ao mercado americano estão sujeitas a sobretaxas de 50%, impactando setores-chave da indústria brasileira.

Dados divulgados nesta quinta-feira (7) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que pouco mais da metade das exportações brasileiras para os Estados Unidos sofrerão tarifas de 50%. Segundo o estudo, 41,4% da pauta exportadora brasileira aos EUA, envolvendo 7.691 produtos de diversos setores, está sujeita à tarifa combinada de 50%, composta pelos 10% iniciais mais os 40% de sobretaxa anunciados pelo presidente Donald Trump na semana passada.

Impacto das tarifas na pauta exportadora brasileira

Em 2024, a exportação desses bens alcançou US$ 17,5 bilhões. A indústria de transformação, maior segmento exportador ao país norte-americano, responde por 69,9% desse valor, com 7.184 produtos afetados, que somaram US$ 12,3 bilhões no ano passado, conforme a CNI.

Setores mais afetados pela sobretaxa

Os setores com maior número de produtos impactados pela tarifa de 50% incluem vestuário e acessórios (14,6%), máquinas e equipamentos (11,2%), produtos têxteis (10,4%), alimentos (9,0%), produtos químicos (8,7%) e couro e calçados (5,7%).

Além dessas categorias, a entidade destaca que setores como aço, alumínio e cobre, que já enfrentam sobretaxas específicas pela Seção 232, terão adicionais de 50% nessas tarifas. Esses segmentos representam aproximadamente 9,3% da pauta exportadora brasileira. Quando somados, aço, alumínio, cobre, veículos e autopeças, esses blocos respondem por cerca de 50,7% das exportações ao mercado americano.

Desafios e medidas do governo brasileiro

Ricardo Alban, presidente da CNI, alerta que as tarifas representam um grande desafio para o setor. “Esse quadro evidencia o enorme problema a ser enfrentado e a necessidade de avançar nas negociações para reverter essas barreiras. É um trabalho que exige envolvimento de governos e setores produtivos. Os EUA são nossos principais parceiros comerciais na indústria, por isso, é fundamental encontrar soluções”, afirmou.

Ações para mitigar os efeitos do tarifaço

Os setores afetados já estão avaliando prejuízos e buscando medidas junto ao governo federal para minimizar os impactos. Entre as ações solicitadas estão linhas de crédito subsidiadas, aumento do prazo para liquidação de câmbio, aplicação de direito provisório de dumping, adiamento de tributos federais e reativação do Programa Seguro-Emprego (PSE).

Nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enviou ao Palácio do Planalto um pacote de medidas para proteger os setores afetados pelo tarifaço. A definição do dia de anúncio caberá ao governo, que estuda dividir as ações em etapas diferentes, ajustando-as conforme o impacto em cada setor ou empresa.

Segundo fontes oficiais, esse esforço busca criar uma resposta coordenada e eficaz diante desse cenário de maior tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, que impacta fortemente a economia brasileira.

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