Brasil, 9 de agosto de 2025
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IV escola de direitos humanos da REPAM é inaugurada na Bolívia

A REPAM dá início a uma nova edição de sua escola de direitos humanos em Santa Cruz de la Sierra, reunindo líderes indígenas da Amazônia.

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) deu início à sua IV Escola de Direitos Humanos em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, com a presença do bispo de Santa Cruz e presidente da REPAM Bolívia, dom René Leigue. O evento reúne líderes indígenas de diferentes países da América do Sul, incluindo Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, com o objetivo de discutir e analisar casos de violações de direitos humanos nos territórios amazônicos.

A importância da escola de direitos humanos

Dom René Leigue abriu a cerimônia destacando a importância do encontro: “A escola é importante porque os participantes de diferentes países permitirão que a Igreja local ouça as dificuldades e vivências que ocorrem em outros lugares em relação aos Direitos Humanos. A esperança é que a realidade melhore”.

A coordenadora da escola, Lily Calderón, ressaltou que a Igreja Católica está comprometida em defender e acompanhar os 410 povos que habitam a Amazônia e suas lutas. Carmen Santolaya, representante de Projetos da Manos Unidas para Bolívia e Colômbia, compartilhou que a ONG espanhola está financiando esta edição da escola, a qual visa atender aos sonhos ecológicos, culturais e sociais expressos na Encíclica “Laudato si”, do Papa Francisco.

Desafios enfrentados na Amazônia

A organização identificou os problemas mais preocupantes em relação à Amazônia e aos direitos humanos dos defensores. Embora cada país apresente desafios específicos, muitos deles são similares. “Estamos lutando contra forças extrativistas que já dividiram a Amazônia, pecuaristas que invadem reservas florestais e a cumplicidade dos governos. A extração de ouro com dragas tem envenenado nossos rios”, denunciou a coordenadora da Manos Unidas.

Caso do Brasil

No Brasil, líderes indígenas apresentaram a situação da reserva Jaci Paraná, localizada no estado de Rondônia. Essa área, que contava com 197.364 hectares dedicados à coleta de borracha, castanha e açaí, além de esforços de agricultura familiar e conservação florestal, enfrenta problemas graves. Os moradores têm sofrido ameaças de morte por parte de madeireiros que buscam expulsá-los do território. Atualmente, a reserva não existe mais, e as terras foram desmatadas para a pecuária.

Os representantes destacaram que a motivação atrás das invasões é econômica, impulsionada pelo alto valor da madeira e o aumento dos preços das commodities agrícolas. “Estamos apenas com o apoio da REPAM”, afirmam os líderes, indicando a fragilidade da situação.

Caso da Venezuela

Representantes da Diocese de Guayana, na Venezuela, relataram a exploração ilegal de minerais em fontes de água e a sua consequência devastadora nas comunidades locais. Empresas da China e Rússia atuam na região, com o apoio do governo venezuelano, promovendo atividades ilegais que colocam em risco a vida das comunidades indígenas. “Além do governo, que sustenta esse tipo de negócio, há grupos armados paramilitares que criam um ambiente de violência constante”, relataram.

O evento da IV Escola de promoção, defesa e exigibilidade dos Direitos Humanos da REPAM aconteceu entre 4 e 29 de agosto, tendo o propósito de capacitar líderes que defendem os direitos dos povos amazônicos. Desde sua criação em 2016, a escola tem se dedicado a fortalecer capacidades, aprofundar análises e fomentar a incidência na defesa dos direitos dos povos da Amazônia.

REPAM: IV Escola de Direitos Humanos tem início em Santa Cruz de la Sierra
REPAM: IV Escola de Direitos Humanos tem início em Santa Cruz de la Sierra

As iniciativas da REPAM buscam promover um diálogo intercultural e construir redes solidárias entre os povos, na luta pela defesa dos direitos humanos e da Amazônia.

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