O gabinete de segurança de Israel está reunido para decidir sobre um plano militar de “conquista total” de Gaza, uma ação que pode intensificar significativamente o conflito e agravando a crise humanitária na região. O projeto, apresentado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, prevê uma campanha de quatro a cinco meses no solo, iniciando por uma ofensiva em Gaza City, a área mais populosa do enclave.
Plano de ocupação e seus detalhes
Segundo informações, partes de Gaza City continuam sem controle completo das forças israelenses e sem ordens de evacuação, de acordo com a ONU. A ofensiva proposta pode deslocar até um milhão de palestinos para a região do sul, já superlotada, aumentando o risco de uma crise humanitária ainda maior. Netanyahu confirmou a intenção de ocupar toda a Gaza, ressaltando que a medida é necessária para garantir a segurança de Israel e acabar com o controle do Hamas.
“Não queremos ficar… queremos entregar a jurisdição a forças árabes que possam governar corretamente, sem ameaçar Israel. Isso não é possível com o Hamas”, afirmou Netanyahu em entrevista à Fox News, antes da reunião do gabinete.
Críticas internas ao plano militar
A proposta tem recebido forte resistência dentro das forças armadas israelenses. O chefe do Estado-Maior do IDF, Eyal Zamir, alertou que “ocupar Gaza colocaria Israel em um buraco negro”, arriscando uma guerra prolongada, custosa e colocando em perigo os reféns ainda mantidos no enclave.
“Continuaremos a expressar nossas opiniões de forma independente, substantiva e profissional”, declarou Zamir a oficiais militares, ao comentar a discussão em andamento.
Preocupação de ex-autoridades
Nadav Argaman, ex-chefe da agência de segurança Shin Bet, divulgou em vídeo que “a direção do governo está se encaminhando para uma visão extremista e fundamentalista… ela nos tomou como reféns”.
Manifestação de famílias de reféns
Durante o debate, famílias de reféns presos em Gaza realizaram uma projeção marítima para pressionar o governo a priorizar negociações de resgate. Entre elas, Yehuda Cohen, cujo filho Nimrod está mantido em cativeiro, afirmou que “precisamos de toda a ajuda internacional para resgatar os 50 reféns que estão há quase dois anos nas mãos do Hamas”.