O governo federal está avaliando criar uma linha de financiamento de R$ 10 bilhões destinada à renegociação de dívidas de produtores rurais, como uma resposta aos efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A medida busca minimizar o impacto da sobretaxa de 50% sobre exportações de setores como café, carne, frutas e outros segmentos afetados.
Detalhes e beneficiados da linha de financiamento
Segundo fontes envolvidas nas discussões, metade do valor será disponibilizado ainda neste ano e o restante em 2025. Os recursos poderão beneficiar produtores do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), Pronaf e Cédula de Produto Rural (CPR). Estes instrumentos permitem acesso a crédito com condições facilitadas, especialmente para financiamento de safra e capital de giro.
“A ideia é oferecer alternativas de renegociação para os produtores afetados, especialmente pecuaristas, agricultores de café e frutas”, afirmou uma fonte técnica. Outros setores também poderão se beneficiar posteriormente, dependendo da regulamentação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Contexto do tarifaço e medidas de apoio
O decreto assinado pelo governo dos EUA, na semana passada, elevou a tarifa adicional sobre produtos brasileiros para 50%, após uma sobretaxa inicial de 40%, afetando principalmente carne, café, frutas, pescados, calçados e têxteis. Apesar da ampliação, setores como indústria aeronáutica e petróleo escaparam das sobretaxações.
Além da renegociação de dívidas, o pacote de medidas inclui empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com juros subsidiados pelo Tesouro Nacional, visando garantir liquidez às empresas afetadas.
Outros estímulos e próximos passos
O governo também prepara ações para ajudar indústrias a preservar empregos e buscar mercados alternativos aos EUA, reforçando a estratégia de diversificação de exportações. As regras específicas da linha de crédito ainda precisam ser regulamentadas pelo CMN, mas a expectativa é de que os recursos estejam disponíveis ainda neste semestre.
As medidas fazem parte do pacote de contingenciamento aprovado para enfrentar o tarifaço, cuja minuta da medida provisória já está em vigor. A expectativa é que a estratégia minimize os efeitos econômicos do tarifamento e dê suporte aos setores mais vulneráveis.
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