Na madrugada da última quinta-feira (7), a ex-triatleta Márcia Ferreira e outros quatro ciclistas foram vítimas de um atropelamento enquanto treinavam no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro. O ocorrido, que deixou todos assustados, gerou discussões sobre segurança nas vias públicas e a imprudência de motoristas.
O atropelamento e seus desdobramentos
Segundo relatos de Márcia, o acidente aconteceu por volta das 4h. Ela e três outros ciclistas pedalavam por uma das faixas do Aterro do Flamengo, entre os bairros de Botafogo e Flamengo, quando foram surpreendidos por um carro em alta velocidade. “Eu só escutei o barulho de pneu cantando e, quando percebi, já tinha sido atingida”, contou a ex-atleta.
Com o impacto, os ciclistas caíram e o motorista fugiu do local, mas foi contido em seguida. “Foi um susto. Uma imprudência, uma irresponsabilidade do motorista”, desabafou Márcia. A Polícia Militar foi informada sobre o ocorrido, mas segundo Márcia, eles não foram acionados imediatamente após o acidente.
Lesões e tratamento
Márcia Ferreira, que teve sua carreira interrompida anteriormente por um atropelamento em 1997, sofreu fraturas significativas no acidente mais recente. Apesar de ter sido socorrida por um médico que passava pelo local e que prestou os primeiros atendimentos, ela optou por não ser levada para um hospital naquele momento. “Estou bem, mas terei que passar por uma cirurgia. As grades que separam a área dos ciclistas da pista dos carros caíram em cima de mim”, explicou Márcia, refletindo sobre a gravidade do incidente.
Das cinco vítimas, três foram socorridas pelos bombeiros, e dois foram levados para o Hospital Municipal Miguel Couto, onde receberam alta. “O susto foi grande, mas poderia ter sido pior”, comentou. Márcia e os demais ciclistas envolvidos no acidente expressaram alívio por não haver ferimentos fatais, mas a situação expôs a fragilidade da segurança dos ciclistas em áreas urbanas.
A trajetória de Márcia Ferreira
Márcia Ferreira, de 57 anos, é uma figura emblemática no triathlon brasileiro, com uma carreira repleta de conquistas, incluindo medalhas nos Jogos Pan-Americanos de 1995. Antes do recente acidente, ela se dedicava a treinar novos atletas através de sua equipe, a MFTeam. “Eu fundei minha assessoria esportiva para ajudar outros atletas a atingirem seus objetivos, e não quero que essa situação me impeça de continuar”, afirmou.
Seu histórico de acidentes e a luta constante pela segurança dos ciclistas revelam uma preocupação urgentemente necessária em diversas cidades do Brasil. “É hora de uma reflexão acerca da segurança nas ruas. Precisamos de mais respeito e consciência por parte dos motoristas”, ressaltou Márcia.
Reflexões sobre segurança no trânsito
O acidente que envolveu Márcia e seus colegas ciclistas não é um caso isolado. A preocupação com a segurança de ciclistas tem aumentado em todo o Brasil, uma vez que o número de atropelamentos e acidentes graves tem crescido. Iniciativas para melhorar a infraestrutura e a conscientização sobre o respeito às normas de trânsito são fundamentais, tanto para a proteção dos ciclistas quanto para a promoção de uma mobilidade urbana mais segura.
Apesar do trauma, a ex-triatleta já está focada em sua recuperação e em continuar seu trabalho como treinadora. “Não quero que esse acidente defina minha trajetória. É um desafio, mas também uma oportunidade de lutar por uma causa que acredito”, concluiu. O apelo de Márcia por melhor vigilância nas estradas e maior conscientização entre motoristas é um passo importante para garantir que ciclistas e outros usuários das vias possam treinar e se locomover com segurança.
