A Eli Lilly anunciou resultados promissores de um novo estudo com o seu comprimido para emagrecimento, o orforglipron. Testado em mais de 3.100 adultos com excesso de peso ou obesidade, o remédio promoveu uma perda média de 12% do peso corporal, equivalente a 27 libras, em cerca de um ano e meio de uso diário.
Orforglipron oferece uma alternativa oral ao tirzepatide
Diferente do medicamento injetável tirzepatide, aprovado para tratar diabetes e obesidade sob os nomes Mounjaro e Zepbound, o orforglipron atua unicamente no receptor GLP-1. O objetivo é oferecer uma opção oral prática, uma vez que injeções semanais nem sempre são atraentes para os pacientes, especialmente aqueles que preferem medicações de uso diário.
Resultados promissores antes da aprovação
Segundo a Eli Lilly, a expectativa é solicitar à Food and Drug Administration (FDA) americana a aprovação do orforglipron para tratar obesidade até o final deste ano. Se autorizado, a previsão é que o medicamento esteja disponível para uso em 2024. Ainda, a companhia aguarda os resultados finais de um estudo semelhante com pessoas que têm diabetes, cujas primeiras análises indicaram redução na glicose sanguínea.
Segurança e perfil de efeitos colaterais
O estudo demonstrou que o perfil de efeitos colaterais do comprimido foi semelhante ao das injeções, com os principais efeitos adversos relacionados à gastrointestinal, como náuseas e desconforto estomacal, podendo ser minimizados com a titulação gradual da dose.
Para evitar esses efeitos, os participantes começaram com 6 mg, passando para 12 mg após quatro semanas e chegando à dose de manutenção de 36 mg quatro semanas depois. Mesmo com alguns perdeu doses ocasionalmente, os efeitos colaterais se revelaram semelhantes aos da medicação injetável, o que indica uma boa tolerabilidade.
Benefícios adicionais e perspectivas futuras
Além da perda de peso, participantes do estudo apresentaram melhora em fatores de risco cardiovascular, incluindo LDL, triglicerídeos, pressão arterial e marcadores inflamatórios, reforçando o potencial do GLP-1 no cuidado integral à saúde cardiovascular.
De acordo com o chefe de ciência da Eli Lilly, Dr. Dan Skovronsky, o comprimido é tão eficaz quanto o remédio injetável, mas com maior praticidade de administração. “Os resultados foram os melhores que poderíamos alcançar com uma molécula oral de GLP-1”, afirmou.
Desafios e próximos passos
Embora o sucesso seja evidente, os pesquisadores ainda avaliam o impacto de possíveis esquecimentos de doses pelos pacientes, uma questão importante para a adesão ao tratamento diário. A aprovação pela FDA pode transformar o panorama do tratamento contra a obesidade, oferecendo uma alternativa eficaz, segura e prática.
A expectativa é que, após a aprovação, o orforglipron seja uma ferramenta acessível a milhões de pessoas em busca de controle de peso e redução do risco cardiovascular.
