Brasil, 7 de agosto de 2025
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Dívidas elevam inadimplência e impactam saúde emocional dos brasileiros

Aumento da inadimplência, juros altos e menor prazo de pagamento refletem na situação financeira e emocional das famílias brasileiras.

Dados divulgados nesta quinta-feira (7) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram que a inadimplência atingiu 30,2% da população brasileira em julho, o maior nível desde setembro de 2023. A alta está relacionada ao cenário de juros elevados, que chegam a 15% ao ano, e à maior dificuldade das famílias de quitar suas dívidas.

Endividamento e inadimplência: o avanço da crise financeira no Brasil

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o índice de inadimplentes subiu 0,5 ponto percentual em julho, chegando a 12,7% das famílias, o que representa um aumento de 0,2 ponto em relação a junho. Desde dezembro de 2024, essa fatia não era tão elevada, segundo dados da CNC.

A pesquisa também revela que, enquanto o endividamento geral permaneceu practically estável em 78,5%, o prazo para pagamento das dívidas diminuiu ainda mais, com 31,5% das contas com mais de um ano, o menor percentual desde fevereiro de 2024 (30,9%). Ao mesmo tempo, o comprometimento de dívidas no curto prazo aumentou, indicando uma estratégia de uso do crédito mais defensiva.

Dificuldades crescentes entre as famílias de baixa renda e o público feminino

Famílias com renda média e baixa, assim como o público feminino, enfrentam maiores dificuldades para manter suas finanças em dia. Em julho, 12,7% das famílias endividadas afirmaram não conseguir pagar suas contas, um aumento de 0,2 ponto percentual em relação a junho, marcando o maior percentual desde o começo de 2025.

Segundo o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, “o aumento do número de famílias que não conseguem pagar suas dívidas e a estagnação do endividamento demonstram que os brasileiros estão no limite de sua capacidade de contrair novas dívidas”.

Impacto dos juros elevados e mudanças no perfil do crédito

Com a alta da taxa de juros e o encurtamento dos prazos de pagamento, o endividamento se tornou mais de curto prazo, com 47,5% das inadimplentes apresentando contas em atraso há mais de 90 dias. Mesmo assim, o percentual de famílias que comprometem mais da metade da renda com dívidas caiu de 19,2% para 18,9%. O comprometimento médio dos ganhos recuou para 29,4%.

O cartão de crédito permanece como a principal forma de endividamento, representando 84,5%, embora tenha registrado uma redução de 1,5 ponto percentual em um ano. Os carnês ganham espaço como segunda modalidade mais utilizada, com 16,8%, seguidos pelo crédito pessoal, que aparece com 10,6%.

Famílias mais conscientes e perspectiva de desaceleração

Economistas, como Fábio Bentes, apontam que as famílias brasileiras estão adotando uma postura mais cautelosa na busca por modalidades de crédito menos onerosas e com maior previsibilidade de pagamento. “O recuo do cartão de crédito e o crescimento dos carnês sugerem um movimento de menor uso de crédito rotativo”, reforça Bentes.

Apesar do cenário desafiador, a CNC projeta uma possível desaceleração do endividamento nos próximos meses, devido ao aumento da inadimplência e às condições de juros elevados. Estima-se que o endividamento total fique 1,1 ponto percentual maior ao final de 2025, comparado a 2024, enquanto a inadimplência deve subir 1,4 ponto percentual.

Inadimplência no Ceará: pequenas empresas lideram o índice

No Ceará, a inadimplência tem sido liderada por pequenas empresas, refletindo o recuo na atividade econômica e o impacto direto das dificuldades financeiras das famílias. A crise no estado acentuou ainda mais a fragilidade do setor empresarial de menor porte.

Para mais detalhes, confira a reportagem completa no G1.

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