Brasil, 7 de agosto de 2025
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Crescimento das exportações da China surpreende com alta de 7,2% em julho

Apesar da queda nas vendas para os EUA, exportações chinesas cresceram impulsionadas por mercados como Europa e Ásia, sinalizando resiliência econômica

As exportações da China aceleraram inesperadamente em julho, registrando aumento de 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$ 322 bilhões, segundo dados das autoridades aduaneiras. Esse foi o maior avanço desde abril e surpreendeu analistas que previam desaceleração após o crescimento de 5,9% revisado em junho, refletindo uma forte retomada das vendas internacionais.

Reforço das exportações fora dos EUA mantém crescimento chinês

O aumento foi impulsionado principalmente por embarques para a União Europeia, Sudeste Asiático, Austrália e Hong Kong, que compensaram a quarta queda consecutiva de dois dígitos nas vendas aos Estados Unidos. “O que realmente sustentou os embarques mais fortes foram os mercados fora dos EUA”, afirmou Jacqueline Rong, economista-chefe do BNP Paribas na China.

A resiliência das exportações ocorre apesar das altas tarifas impostas pelos EUA, mostrando que a demanda global por produtos chineses continua forte e é um fator importante para a economia doméstica. “Os dados de julho reforçam nossa visão de que as exportações podem permanecer resilientes, mesmo com o comércio mais fraco com os EUA”, avalia Eric Zhu, analista da Bloomberg Economics.

Perspectivas e riscos para a economia chinesa

O bom desempenho externo deve elevar o valor das exportações em 2025 para quase US$ 3,8 trilhões, mantido o ritmo atual. No entanto, alguns economistas preveem uma desaceleração no segundo semestre, devido às tarifas, esgotamento de antecipações de pedidos e à menor demanda nos EUA. Analistas do Morgan Stanley alertam que a intensidade dessa desaceleração também dependerá de como outros países poderão restringir o transbordo sob seus acordos comerciais com os EUA.

Embora a China tenha aumentado sua dependência de países terceiros para contornar tarifas e manufaturar componentes, essa estratégia enfrenta maior escrutínio dos EUA. As ameaças de aplicar tarifas adicionais a produtos considerados transbordados por outros países reforçam a incerteza no comércio internacional chinês. A participação da China na manufatura com destino aos EUA por meio de Vietnã e México aumentou de 14% em 2017 para 22% em 2023, segundo a Bloomberg Economics.

Impacto do yuan e desempenho de setores específicos

O yuan, que se recuperou levemente desde julho, ainda está mais fraco em relação a moedas concorrentes, o que ajuda a tornar os produtos chineses mais competitivos em mercados menos associados ao transbordo, como América Latina e África. Rong destaca que as exportações para esses regiões também foram robustas, beneficiadas pela desvalorização do yuan.

Por outro lado, as exportações para os EUA caíram 22% em relação ao ano passado, após uma redução de 16% em junho. Países como a UE e a Asean registraram aumentos, de 9,3% e quase 17%, respectivamente. Os embarques de veículos e produtos de alta tecnologia continuam fortes, enquanto as vendas de terras raras atenuaram sua queda pelo sexto mês consecutivo. As importações cresceram 4,1%, impulsionadas por maior compra de componentes eletrônicos, embora o setor imobiliário continue enfrentando dificuldades.

Com um superávit comercial de US$ 98,2 bilhões em julho, a China mantém uma posição de destaque, podendo ultrapassar US$ 1 trilhão em 2025, se a tendência persistir. No entanto, a incerteza sobre a extensão da trégua tarifária com os EUA, que ainda depende da decisão de Donald Trump, pode limitar o ritmo de crescimento nos próximos meses, aponta a Pantheon Macroeconomics. “Mesmo que o acordo seja prorrogado, a incerteza e tarifas elevadas afetarão a dinâmica da economia chinesa no segundo semestre”, destaca Kelvin Lam, economista da consultoria.

Fonte: O Globo Econômico

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