No dia 7 de agosto, a Lei Maria da Penha completa 19 anos, marcando um importante marco na luta contra a violência doméstica no Brasil. Este período é conhecido como um mês de combate à violência contra a mulher, um momento em que a sociedade se volta para a conscientização e a importância de reportar casos de agressão. Em Marília, os números revelam um crescimento alarmante nos pedidos de medidas protetivas, evidenciando a dificuldade em combater a subnotificação dos casos de violência.
Estatísticas alarmantes em Marília e Bauru
Nos últimos cinco anos, Marília registrou um aumento superior a 75% nas agressões contra mulheres, segundo dados do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Apenas no primeiro trimestre de 2025, foram emitidas 187 medidas protetivas, o que representa uma média de duas por dia. Porém, os dados mais recentes mostram que nos primeiros seis meses do ano, esse número saltou para 763, quase 10% a mais em comparação ao mesmo período de 2024.
Enquanto isso, em Bauru, o cenário é ainda mais preocupante. O aumento no número de medidas protetivas foi de mais de 81%, com 1.141 medidas concedidas entre janeiro e junho de 2025. Isso demonstra uma crescente percepção da necessidade de ação contra a violência, mas também destaca a magnitude do problema que muitas mulheres enfrentam diariamente.
A importância da denúncia
A realidade vivida por muitas mulheres em situações de violência é muitas vezes invisível, como é o caso de Maria (nome fictício), que viveu um relacionamento abusivo por mais de cinco anos. Em entrevista, ela compartilha como a violência psicológica e emocional era constante em sua vida, fazendo com que acreditasse que merecia o tratamento que recebia. “Eu estava presa emocionalmente, não conseguia sair, mesmo sofrendo,” relata.
A violência doméstica não se limita apenas à agressão física; ela inclui humilhações, controle e ameaças, perpetuadas por um machismo estrutural que ainda permeia a sociedade. Os dados revelam que, atrás de cada número, existe uma história de dor e luta pela liberdade. A experiência de Maria é um exemplo claro de como a conscientização e o apoio familiar podem ser decisivos para quebrar esse ciclo de violência. “Foi o apoio da minha família que me ajudou a sair desta prisão invisível,” ela conta.
Apoio disponível para as vítimas
A Lei Maria da Penha não só regulamenta a proteção às mulheres, mas também garante que elas tenham acesso a serviços de suporte em toda a sua jornada de recuperação. Em Marília, o Centro de Apoio, localizado na Rua Quatro de Abril, 763, oferece acolhimento e encaminhamentos para atendimentos psicológico, médico e jurídico para vítimas de violência doméstica.
As mulheres também têm à disposição canais de denúncia como o número 180, que permite que elas reportem situações de violência de forma anônima e segura. Além disso, um gesto simples, o “sinal da mão”, se tornou uma forma discreta de buscar ajuda. Este gesto pede socorro sem expor a vítima a um risco maior, reforçando a necessidade de todos estarem atentos às violências que ocorrem ao nosso redor.
Cuidado e alerta para as vítimas
Maria deixa um importante alerta para outras mulheres: “Fiquem atentas aos detalhes, um empurrão ou um tapa, tudo é agressão e só piora com o tempo.” Conscientizar-se é crucial para quebrar o ciclo da violência e buscar a liberdade. Enquanto celebra-se o aniversário da Lei Maria da Penha, é essencial lembrar que o combate à violência doméstica é uma responsabilidade coletiva, onde cada um pode fazer a diferença.
A violência pode ser uma cadeia que atinge muitos lares, mas com ações de denúncia e apoio, é possível transformar realidades e garantir que cada mulher tenha a oportunidade de viver sem medo.
Para mais informações sobre como buscar ajuda ou denunciar casos de violência, acesse os canais oficiais e lembre-se: você não está sozinha nessa luta.