Na manhã desta quinta-feira, 7 de agosto, assistentes sociais conveniados à Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social de São Paulo realizaram um protesto emblemático em frente à Prefeitura. Com camisetas pretas e uma forte mensagem de união, o grupo reivindicou o pagamento de valores pendentes e o reajuste no repasse que as entidades de assistência social recebem do município. Essa mobilização destaca a luta por direitos e condições de trabalho mais dignas para esses profissionais que desempenham um papel fundamental na sociedade.
A mobilização dos assistentes sociais
A caminhada teve início no Largo São Bento, no Centro de São Paulo, e seguiu em direção à sede do governo municipal. Durante o ato, os manifestantes levantaram bandeiras por um pagamento justo do dissídio – que é o reajuste salarial destinado a acomodar a inflação do ano anterior. O descontentamento com os atrasos e a falta de atualizações nos salários foram amplamente criticados pelos trabalhadores. “Nós temos uma defasagem financeira de dois anos por falta de atualização no repasse”, destacou Regina Paixão, representante do Fórum de Assistência Social.
Reações da administração municipal
Ao tomar conhecimento do protesto, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se comprometeu a anunciar na próxima segunda-feira, dia 11, o valor do novo repasse destinado às organizações que prestam serviços para a Secretaria. Segundo Nunes, a quantia deverá variar entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões. “Estamos no processo de negociação e adequação para fazer o repasse dos valores que damos a essas entidades”, afirmou o prefeito, enfatizando a importância do diálogo contínuo com mais de 300 entidades conveniadas.
Impactos da falta de reajustes nos serviços
Os trabalhadores da assistência social expressaram suas preocupações, enfatizando que a falta de reajustes salariais e a defasagem nos repasses já resultaram na interrupção de vários serviços essenciais. “Algumas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) estão desistindo de executar os serviços, o que faz com que dezenas de pessoas fiquem desempregadas e interrompam os atendimentos a essa parcela da população que necessita da assistência social”, alertou Cristhian Nunes, técnico psicólogo do Serviço de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto.
Histórico de reclamações e promessas não cumpridas
Este não é o primeiro protesto em busca de solução para os problemas enfrentados por esses profissionais. Em fevereiro, durante uma sessão da Câmara, a secretária de Assistência Social, Eliana Gomes, admitiu que havia pagamentos em atraso e garantiu uma solução dentro de 60 dias. Contudo, os relatos de funcionários demitidos do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) em março, que ainda aguardavam por suas rescisões, indicam que as promessas não foram cumpridas. Em dezembro do ano passado, a situação já era crítica, com funcionários do CadÚnico paralisando suas atividades devido à falta de salários.
O futuro da assistência social em São Paulo
A situação atual dos assistentes sociais em São Paulo levanta questionamentos sobre a sustentabilidade dos serviços públicos essenciais. As queixas recorrentes sobre atrasos e defasagens financeiras ilustram a vulnerabilidade em que vivem os profissionais que atuam na linha de frente de assistência social. A comunidade aguarda ansiosamente pelo pronunciamento do prefeito na próxima semana, enquanto os trabalhadores se mantêm firmes em sua luta por direitos e pelo reconhecimento de sua importância para a sociedade.
Em um contexto onde a assistência social é fundamental, é imperativo que a administração municipal priorize o bem-estar dos trabalhadores e garanta condições adequadas para que possam continuar desempenhando suas funções com dignidade e respeito. A mobilização dos assistentes sociais é um grito por justiça e valorização da categoria, essencial para a construção de um futuro mais solidário e justo para todos.
Para mais detalhes sobre o protesto e as promessas do prefeito, acesse aqui.