O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reuniu-se nesta quinta-feira com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, em Brasília. A conversa ocorreu um dia após a imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre diversos produtos brasileiros.
Diálogo com os EUA focado na redução de tarifas
Segundo Alckmin, o encontro foi uma oportunidade para apresentar argumentos do Brasil contra a elevação das tarifas. “Dissemos claramente: se há problemas não tarifários, vamos sentar e conversar, resolver”, afirmou. Entre os temas discutidos estão data center, big tech, minerais estratégicos e questões comerciais, visando construir um entendimento para superar o impasse.
Manter o diálogo, mesmo com tarifas elevadas
Alckmin destacou que não se pode desistir do diálogo com os americanos. “Tem setores, do que exporta, que mais da metade é para os Estados Unidos. Então, foram muito expostos”, ressaltou. Ele reforçou o compromisso de trabalhar para diminuir a alíquota e evitar o chamado tarifaço, ao mesmo tempo em que prepara planos de contingência para setores mais afetados.
Impacto das tarifas e resposta do governo brasileiro
As tarifas impostas por Trump atingem 35,9% das exportações brasileiras para os EUA, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Alguns itens estratégicos, como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e fertilizantes, foram poupados, mas produtos como carne e café, principais do agronegócio nacional, foram incluídos na medida.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já afirmou que o Brasil está aberto a negociações, contudo, rejeita qualquer submissão ao governo norte-americano. Ele também descartou, por ora, retaliações comerciais, destacando que o país não pretende adotar o mesmo comportamento de Trump.
Plano de contingência deve ser anunciado até terça-feira
Alckmin confirmou que o governo já apresentou um plano de contingência ao presidente Lula, que deve ser divulgado até terça-feira. O objetivo é preservar empregos e manter a atividade produtiva de empresas altamente dependentes do mercado americano. Dados do ministério indicam que cerca de 45% das exportações brasileiras para os EUA ficaram de fora das últimas tarifas, enquanto aproximadamente 37% a 38% foram diretamente impactadas.
Articulação com setor privado e pressão diplomática
Além do diálogo com autoridades americanas, o governo aposta na participação do setor privado — exportadores brasileiros e empresas americanas — para pressionar por mudanças. “Recebi ontem senadores e representantes da Amcham. É muito importante a participação da iniciativa privada, tanto de quem exporta quanto de quem importa ou compra de nós”, afirmou Alckmin.
O esforço conjunto visa reduzir os efeitos econômicos das tarifas e buscar alternativas que protejam os interesses brasileiros frente às ações comerciais dos EUA. A expectativa é de que o resultado dessas negociações possa evitar danos mais severos à economia nacional.
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