O quinto aniversário da devastadora explosão no porto de Beirute, que ocorreu em 4 de agosto de 2020, serve como um lembrete doloroso e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de esperança para muitos. Entre aqueles que expressam suas emoções e buscadas por justiça está Elie Hasrouty, promotor da “Iniciativa de 4 de agosto”, que perdeu seu pai na tragédia que deixou 218 mortos e milhares de feridos. Sua história é representativa do desafio enfrentado pelos libaneses que buscam um futuro de paz e justiça em meio à dor.
Um dia que marcou o Líbano
Na fatídica data, a explosão no porto de Beirute não destruiu apenas edifícios, mas também as vidas de inúmeras pessoas. Desde então, as famílias das vítimas têm se unido em um clamor por justiça, procurando respostas para o que aconteceu naquela noite fatídica. Elie Hasrouty, falando à mídia vaticana, expressou como foi difícil se recuperar da dor, mas também enfatizou a importância da ligação entre a comunidade e a necessidade de justiça. “A justiça ainda está estagnada e precisa seguir seu curso”, ele declarou, refletindo o sentimento de muitos ao redor do país.
A mensagem de solidariedade do Papa
Recentemente, o novo Papa, Leão, enviou uma mensagem de solidariedade que foi recebida com gratidão entre os participantes de uma vigília dedicada às vítimas. “Obrigado, disse Elie, por seu testemunho de amor. Através de sua presença, o mundo se torna um lugar de vida”. Essa conexão espiritual e emocional que o Papa oferece aos libaneses traz um conforto que eles tanto anseiam. O ato de lembrar os que partiram e de celebrar a vida daqueles que ainda estão traz uma paz renovada para aqueles que perderam entes queridos.
Uma transformação através da conscientização
Além da busca por justiça, Elie Hasrouty e outros membros da “Iniciativa do 4 de agosto” estão trabalhando para transformar a tragédia em uma oportunidade de conscientização. O projeto busca implementar atividades educativas em escolas e universidades, promovendo valores de convivência pacífica e respeito mútuo. “Minha mais profunda esperança”, afirma Elie, “é que a memória do dia 4 de agosto se torne um marco de justiça e paz”. Ao fazer isso, eles estão ajudando não apenas a lembrar os que faleceram, mas também a construir uma sociedade mais justa e solidária.
Cura e esperança para o futuro
A proximidade do novo Papa e a mensagem de seu antecessor, Francisco, oferecem um bálsamo para Elie e muitos outros. Ele relembra momentos difíceis em que esteve com o Papa Francisco, buscando conforto em meio à dor: “No dia em que o conheci, eu carregava apenas um coração partido. Pedi cura em nome de Jesus, e essa cura pode se tornar um caminho para todos aqueles que buscam.” Sua fé se torna um pilar de esperança para ele e para aqueles que compartilham suas lutas.
Enquanto o Líbano continua a lidar com as consequências da explosão e busca resposta por justiça, a comunidade, unida pela dor, continua a clamar por cura e paz. O papel da Igreja e das figuras religiosas se torna ainda mais crucial na promoção da reconciliação e na busca por um futuro mais esperançoso. O 4 de agosto, uma data de luto, também pode ser um marco para um novo começo, onde amor e justiça caminham juntos.