Na quarta-feira (6/8), o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Jorge Viana, fez um apelo ao pragmatismo diante da tarifação de 50% aplicada às exportações brasileiras pelos Estados Unidos. A medida, chamada de “tarifaço”, impactará uma ampla gama de produtos e reflete um contexto protecionista impulsionado pela administração do ex-presidente Donald Trump.
O que é o tarifaço de 50%?
A tarifaço, que entrou em vigor nesta quarta-feira, não é novidade para os exportadores brasileiros. A imposição de uma alíquota de 10% já havia sido anunciada anteriormente, mas a combinação de 40% adicionais, que se soma aos 10%, intensifica os desafios enfrentados por empresas que dependem do mercado americano. Segundo Viana, a Apex está trabalhando em duas direções: uma delas em Washington, buscando a exclusão de produtos da lista tarifada, e a outra aqui no Brasil, para desenvolver alternativas viáveis para os exportadores.
Impactos e medidas em resposta
- O tarifaço foi oficializado por meio de uma ordem executiva assinada por Trump em 31 de julho e afeta diversos produtos brasileiros.
- Cerca de 700 itens ficaram isentos da taxa adicional de 40%, incluindo suco de laranja, aeronaves e minérios de ferro.
- Os produtos afetados pela tarifa de 50% representam um desafio significativo para os setores produtivos brasileiros, especialmente aqueles que exportam para os EUA.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também destacou que um plano de contingência contra o tarifaço será enviado ao presidente Lula ainda hoje. Haddad informou que a proposta está praticamente finalizada e deve ser apresentada como medida provisória (MP), que tem a vantagem de ter efeitos imediatos enquanto ainda tramita no Congresso.
O papel da Apex Brasil nas negociações
O trabalho da Apex Brasil, conforme expôs Viana, é crucial nesse momento. A agência se debruça sobre a identificação de produtos que serão taxados e busca metodologias para minimizar os impactos para os exportadores. “Estamos verificando, setor por setor, quais produtos poderão ser excluídos da tarifa”, comentou Viana. A insistência na negociação e busca de alternativas reflete a necessidade urgente dos empresários nelas ajudarem a suavizar a situação.
Reunião com o governo dos EUA
No contexto de negociações bilaterais, Haddad anunciou uma reunião virtual com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, marcada para o dia 13 de agosto. Esse encontro é fundamental para discutir as tarifas unilaterais de 50% que foram impostas às exportações brasileiras. “O diálogo é essencial nesse momento de incertezas e alta tensão comercial”, enfatizou o ministro.
Com todas essas movimentações, o governo brasileiro busca um fortalecimento das relações comerciais com os EUA, e a Apex Brasil desempenha um papel central nesse processo. O equilíbrio e a diplomacia nas relações entre os dois países podem trazer resultados positivos tanto para os empresários brasileiros quanto para a economia nacional.
Expectativas para o futuro
A expectativa é que as ações do governo, junto à negociação com a Apex e os exportadores, consigam amenizar os efeitos do tarifaço. É fundamental que as empresas se adaptem a esse novo cenário e explorem outros mercados internacionais, diversificando sua atuação e, assim, reduzindo a dependência do mercado americano.
O clima de incerteza será desafiador, mas a resiliência do setor produtivo brasileiro pode se mostrar efetiva, se apoiada por uma ação governamental coordenada e eficaz. O compromisso com a inovação e a busca por novos mercados deve ser a chave para enfrentar tais adversidades e garantir a competitividade global dos nossos produtos.