O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Jorge Viana, afirmou nesta quarta-feira (6/8) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve tomar uma posição clara diante do atual cenário de tarifas impostas pelos Estados Unidos. A partir de hoje, uma grande parte das exportações brasileiras enfrentará sobretaxa de 50% para ingressar no mercado norte-americano, em resposta às ações do governo Trump.
Pressão por alinhamento e impacto nas exportações
“Não tem muro para o governador Tarcísio [de Freitas]. Ele tem de estar de um lado. Ou ele vai ficar do lado dos aliados dele que estão fazendo as sanções, ou ele vai ter que vir para o lado do Brasil”, declarou Viana, reforçando que a postura do governador será decisiva para o setor exportador brasileiro.
Segundo o presidente da Apex, cerca de 70% dos bens exportados pelo Brasil aos Estados Unidos provêm da Região Sudeste, sendo que 30% dessas vendas são feitas exclusivamente pelo estado de São Paulo. O impacto do tarifão liderado pelo ex-presidente Donald Trump deverá afetar diretamente a economia paulista, colocando em risco diversos setores do estado.
O contexto do tarifaço de Donald Trump
- O presidente norte-americano Donald Trump assinou, em 31 de julho, uma ordem executiva que oficializou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos.
- Essa tarifa é composta por uma alíquota inicial de 10% anunciada em abril, acrescida de 40% adicionais sancionados no final de julho, oficializados na última quarta-feira (30/7).
- Apesar da sobretaxa de 50%, quase 700 produtos ficam de fora da lista de afetados, incluindo suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro.
- Para esses produtos isentos, a tarifa extra será de 10%, significativamente menor.
- As tarifas entraram em vigor nesta quarta-feira (6/8) e representam uma resposta às ações comerciais do Brasil.
Medidas emergenciais do governo brasileiro
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o plano de contingência contra o tarifaço será enviado ao presidente Lula ainda nesta quarta-feira (leia mais). A proposta, já finalizada, deve ser apresentada ao chefe do Executivo para avaliação.
Segundo Haddad, o plano deve ser estruturado em forma de medida provisória, garantindo efeitos imediatos enquanto tramita no Congresso Nacional. A decisão final, contudo, é do presidente Lula, que determinará as ações a serem tomadas para mitigar os impactos do tarifão.
Perspectivas e impacto no cenário econômico
A continuidade do conflito comercial entre Brasil e Estados Unidos pode afetar significativamente as exportações brasileiras, especialmente as mais dependentes do mercado norte-americano. A postura de Tarcísio de Freitas será crucial para determinar o alinhamento do estado de São Paulo perante a crise econômica decorrente das sanções.
Especialistas alertam que a situação exige atenção redobrada do governo federal, que busca alternativas para proteger os interesses das empresas nacionais e garantir a estabilidade econômica em meio às tensões internacionais.
Mais informações sobre o desenvolvimento das ações e o impacto nas exportações podem ser acompanhadas em Fonte principal.