Na audiência geral realizada nesta quarta-feira (6), em frente a milhares de fiéis na Praça de São Pedro, o Papa Leo XIV refletiu sobre o tema “Jesus Cristo Nossa Esperança”, ressaltando que o dom da Eucaristia demonstra o amor prévio de Deus por humanidade, sempre consciente e deliberado.
O amor consciente de Deus na Eucaristia
O Pontífice afirmou que o Evangelho de São Marcos revela que o amor de Jesus pelos discípulos “não é fruto do acaso, mas uma escolha consciente”. Ele destacou que essa escolha exige preparação e não é uma reação passiva diante das dificuldades. “Jesus não enfrenta sua paixão por fatalismo, mas por fidelidade a um caminho livre e cuidadosamente aceito”, disse Leo XIV.
Segundo o Papa, assim como Deus se preparou para mostrar Seu amor, as pessoas também têm liberdade para escolher a Deus e preparar seus corações para receber esse amor. “Ele já pensou, planejou e decidiu tudo, mas pede aos seus amigos que façam sua parte”, acrescentou.

Graça e liberdade: uma relação essencial
O Papa destacou que a graça de Deus não elimina nossa liberdade, mas a desperta. “O dom de Deus não anula nossa responsabilidade, mas a torna fecunda”, afirmou. Para Leo XIV, a celebração da Eucaristia não deve se limitar ao momento no altar, mas também ser vivida diariamente como uma contínua oferta de amor e ação de graças.

O amor que precede a reciprocidade
O Santo Padre lembrou que o amor verdadeiro, como ensina o Evangelho, é um presente antecipado, dado antes de ser recebido. “Não se baseia no que é recebido, mas no que se deseja oferecer”, afirmou. Nesse contexto, ele incentivou os fiéis a refletirem sobre o significado de “preparar” seus corações hoje, sugerindo renunciar a exigências, parar de esperar mudanças nos outros, ouvir mais e confiar naquilo que Deus já preparou.

Orações pelos japoneses na 80ª cerimônia de Hiroshima
Após sua catequese, Leo XIV pediu que os presentes orassem pelos japoneses que sofreram com os efeitos da bomba atômica lançada durante a Segunda Guerra Mundial. “Apesar do tempo, esses eventos trágicos continuam sendo um aviso universal contra a destruição causada por guerras e armas nucleares”, lamentou.
Ele acrescentou que espera que, no mundo atualmente marcado por tensões e conflitos, a segurança baseada na ameaça mútua seja substituída por justiça, diálogo e fraternidade. “Que os instrumentos de paz prevaleçam sobre o medo de destruição mútua”, afirmou.