Uma importante organização cristã pelos direitos humanos rejeitou as acusações de extremismo feitas por um relatório controverso do Fórum Parlamentar Europeu para Direitos Sexuais e Reprodutivos, divulgado em junho passado. A denúncia relacionava grupos pró-vida cristãos a uma suposta “extrema-direita religiosa”.
Acusações de financiamento e hipócrisia discutidas
Felix Böllmann, diretor de advocacy da Alliance Defending Freedom (ADF) Internacional na Europa, qualificou o relatório como “uma tentativa disfarçada de silenciar opositores ideológicos sob o pretexto de pesquisa acadêmica”, em entrevista à revista católica Die Tagespost. Ele também destacou que, apesar de se apresentar como neutro, o fórum funciona como uma “rede ativista bem financiada”.
Böllmann revelou que a organização recebeu cerca de 3 milhões de euros por ano de doadores como a Fundação Gates, a Open Society de George Soros, a empresa farmacêutica Merck Sharp & Dohme, o UNFPA e a Federação Internacional de Planejamento Familiar (IFPF).
“É bastante hipócrita uma entidade que acusa outros de ‘dinheiro obscuro’ depender de financiamento tão pouco transparente e ideologicamente motivado”, afirmou Böllmann.
Estratégia de “5D” e rotulação de organizações
O relatório chamou a atenção ao classificar grupos religiosos, como o Ordo Iuris, na Polônia, e a Civitas Christiana, na Holanda, como extremistas. Também incluiu a ajuda a cristãos perseguidos na Hungria, identificando-a como uma “ameaça aos direitos sexuais”.
Böllmann interpretou essa tática como uma “estratégia de 5D”: desvestir, desarmar, deslocar, desmonetizar e defender — um plano de diminuir a legitimidade, as finanças e a presença pública de vozes conservadoras e cristãs, usando um conceito distorcido de direitos humanos.
Ele questiona a aplicação do termo “extremismo religioso”, que, ao contrário das definições anti-terrorismo da UE, não se baseia em violência, mas sim na luta por conceitos tradicionais de “direito à saúde sexual e reprodutiva”.
Influência na política europeia
Apesar de ser considerada uma ONG, a aliança atua fortemente na política da União Europeia, influenciando relatórios, audiências e resoluções do Parlamento, além de organizar redes de parlamentares e fornecer orientações especializadas aos legisladores, criando uma infraestrutura de lobby na UE.
Segundo Böllmann, a origem da organização remonta a 2000, como desdobramento da Federação Internacional de Planejamento Familiar, fundada por Margaret Sanger, defensora da eugenia e fundadora do Planned Parenthood. O orçamento de 2023 totalizou US$ 2,38 milhões, com 45% de financiamento público, 31% de fundações e 20% de empresas farmacêuticas.
Resposta da sociedade e impacto
Ao reagir às acusações, Böllmann afirmou que a ação do grupo demonstra que seu trabalho está tendo impacto na defesa das liberdades fundamentais na Europa e além. Ele reforçou a ideia de que tentativas de silenciar a voz cristã reforçam sua relevância em debates sociais e políticos.
A controvérsia evidencia o conflito de visões entre organizações religiosas tradicionais e segmentos progressistas no continente, especialmente em temas sensíveis como sexualidade, direitos reprodutivos e liberdade de expressão.
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