A Região Serrana do Rio de Janeiro se vê diante de uma preocupante realidade: Nova Friburgo lidera o índice de alcoolemia ao volante em todo o estado. Durante o mês de julho, 51,67% dos motoristas abordados nas ações de fiscalização estavam dirigindo após consumir bebida alcoólica. Este dado alarmante é um reflexo de um problema que persiste em toda a sociedade e que exige uma abordagem urgente e eficaz das autoridades locais.
Dados da fiscalização e comparação com o estado
A situação em Nova Friburgo contrasta com o cenário estadual. Apesar de uma redução de 16,6% nas autuações por embriaguez ao volante no estado do Rio, houve um aumento de quase 20% no número total de abordagens, que chegaram a 32.589 motoristas. Dentre esses, 2.407 foram autuados. É preocupante que, em meio a uma diminuição nas autuações, Nova Friburgo ainda apresente um percentual tão elevado de motoristas embriagados.
Perigos da alcoolemia nas vias de Nova Friburgo
As características geográficas de Nova Friburgo, com suas vias sinuosas e montanhosas, aumentam o risco de acidentes, tornando a situação ainda mais alarmante. As autoridades locais expressam preocupação, pois o alto índice de alcoolemia não só coloca em risco os motoristas, mas também os pedestres e demais usuários das vias.
De acordo com a tenente-coronel Patricia Monteiro, superintendente da Operação Lei Seca, a interiorização da fiscalização é fundamental. “Mais do que punir, nossa missão é educar. Cada motorista que escolhe não dirigir após beber representa uma vitória coletiva no trânsito”, ressaltou.
Campanhas de conscientização
Apesar das dificuldades, a fiscalização não é a única solução. O especialista em trânsito, Walter da Silva Santos, enfatiza que a conscientização é primordial. “Apesar das campanhas e da fiscalização da Lei Seca, é altíssimo o número de acidentes provocados por pessoas embriagadas em Nova Friburgo. A Guarda Municipal poderia ajudar a intensificar essas ações, promovendo campanhas nos bares e restaurantes da região, alertando para que o motorista não dirija depois de beber”, disse.
A participação da comunidade é essencial para reverter esse quadro. Com campanhas mais efetivas e a colaboração de estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, é possível reduzir o número de motoristas embriagados nas ruas, além de salvar vidas.
Outras cidades do interior também preocupam
Além de Nova Friburgo, outras cidades do interior do estado estão enfrentando índices alarmantes de alcoolemia. Cabo Frio e Rio das Ostras, por exemplo, apresentaram taxas de 46,8% e 45,76%, respectivamente. Esses números sugerem que a questão da condução sob efeito de álcool não se limita a uma única localidade e demanda ações em todo o estado.
A relevância da prevenção
A prevenção é um fator crucial na luta contra a embriaguez ao volante. A realização de eventos educativos, palestras e a distribuição de materiais informativos podem contribuir significativamente para a mudança de comportamento dos motoristas. Além disso, incentivar o uso de transporte alternativo para aqueles que consumiram álcool é uma estratégia que deve ser cada vez mais promovida.
A Operação Lei Seca, que tem se esforçado para coibir a alcoolemia, deve continuar empenhando esforços e ampliando suas abordagens nas regiões mais afetadas. A mobilização da sociedade para o combate a esse problema é essencial para garantir um trânsito mais seguro e saudável para todos.
A luta contra a embriaguez ao volante é uma responsabilidade compartilhada entre o poder público e a sociedade civil. Somente unidos poderemos transformar essa realidade e buscar um futuro em que acidentes provocados por motoristas embriagados se tornem parte do passado.
