A recente decisão da Casa Branca de cancelar duas missõessatélites da NASA voltadas para estudos climáticos levanta preocupações sobre o futuro da pesquisa ambiental. Aqui, analisamos o impacto dessa medida e as implicações para a ciência em geral.
Cancelamento das missões Orbiting Carbon Observatories
A Casa Branca solicitou à NASA que desistisse de duas missões importantes, conhecidas como Orbiting Carbon Observatories, que fornecem dados cruciais sobre a distribuição do dióxido de carbono. De acordo com NPR, essas missões têm sido fundamentais para informar tanto empresas de petróleo e gás quanto agricultores sobre como as emissões de gases de efeito estufa afetam a saúde das colheitas.
Uma das missões está vinculada à Estação Espacial Internacional, enquanto a outra opera como um satélite independente. A interrupção da segunda resultaria em sua destruição ao reentrar na atmosfera terrestre.
Motivações por trás da decisão
Embora as razões exatas para o cancelamento das missões não tenham sido oficialmente divulgadas, o histórico de negação das mudanças climáticas e os cortes propostos ao orçamento da NASA pela administração Trump sugerem uma agenda específica contra a ciência climática. Um funcionário da NASA, David Crisp, que trabalhou nos instrumentais dos observatórios, confirmou que a equipe atual buscou sua opinião sobre o planejamento do término, indicando uma pressão externa para o fim das operações.
“Faz zero sentido econômico cancelar missões que fornecem dados incrivelmente valiosos”, enfatizou Crisp. Ele destacou que a manutenção dos observatórios custa apenas 15 milhões de dólares por ano, representando uma fração ínfima do orçamento total da NASA, que é de 25,4 bilhões de dólares.
A importância dos dados fornecidos
Os Orbiting Carbon Observatories são apenas duas das inúmeras missões enfrentando ameaças em virtude do orçamento proposto para o ano fiscal de 2026. Cientistas expressam frustração e indignação com as possíveis repercussões que essa decisão pode ter sobre a liderança dos EUA em pesquisas espaciais e científicas.
Estudos mostram que os dados oriundos dessas missões são de “extrema qualidade”, permitindo uma análise detalhada de como a atividade humana influencia as emissões de gases de efeito estufa. Interromper a coleta desses dados impacta negativamente na nossa capacidade de entender e lidar com as mudanças climáticas e eventos climáticos extremos.
Resposta do Congresso e possíveis consequências
Após a proposta de cortes orçamentários, vários legisladores elaboraram uma contraoferta que manteria o orçamento da NASA em níveis similares aos do ano anterior. O senador Chris Van Hollen afirmou que “rejeitamos cortes que teriam devastado a ciência da NASA em 47% e que teriam encerrado 55 missões operacionais e planejadas”. Essa resistência sugere que uma parte do Congresso reconhece a importância vital dessas pesquisas para o futuro da ciência e do bem-estar global.
“Eliminar fundos ou reduzir operações de satélites que monitoram a Terra seria catastrófico e comprometeria severamente nossa habilidade de prever e gerenciar desastres climáticos”, comentou a representante Zoe Lofgren. Ela argumenta que a administração está forçando cortes ilegais em fundos já apropriadamente alocados.
Perspectivas futuras
Conforme a discussão sobre o orçamento se intensifica, muitos esperam que a pressão popular e a oposição no Congresso consigam proteger essas missões. A ciência climática é fundamental para o enfrentamento dos desafios ambientais que se apresentam, e decisões como essa desafiam não apenas a pesquisa, mas o futuro da nossa relação com o planeta.
Assim, o cancelamento das missões de satélites da NASA representa não apenas um golpe na pesquisa científica, mas também um retrocesso significativo em nosso entendimento e abordagem das mudanças climáticas que afetam a vida na Terra.
A luta por essas missões continua, e a comunidade científica e os defensores do meio ambiente devem permanecer vigilantes, buscando manter a integridade da pesquisa climática e das políticas públicas que a suportam.
Para saber mais sobre o impacto das decisões da NASA, acesse este link.