Brasil, 7 de agosto de 2025
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Estudos controversos reforçam a origem antiga da Shroud de Turim

Pesquisas científicas e críticas acadêmicas continuam a debater a autenticidade da relíquia que envolve a crucificação de Jesus

A Shroud de Turim, considerada por muitos como o sudário que envolveu Jesus Cristo após a crucificação, permanece no centro de intensas investigações científicas e debates acadêmicos. Enquanto fiéis veem a peça como um testemunho da ressurreição, críticos acusam-na de ser uma obra de arte medieval.

Estudos apontam para origem no primeiro século

No mês passado, o artista brasileiro Cicero Moraes publicou uma pesquisa na revista Archaeometry, na qual afirma que a figura de Jesus na shroud poderia ter sido criada por um modelo de baixo relevo, como uma escultura, e não por uma pessoa real. Segundo o estudo, a imagem apresenta características mais compatíveis com uma representação artística do que com uma impressão direta de um corpo humano.

O Centro Internacional de Sindonologia, órgão que coordena estudos sobre a relíquia em Turim, criticou a pesquisa. Em nota divulgada em 4 de agosto, afirmou que o conteúdo já foi questionado há mais de 100 anos e não apresenta novidades no âmbito científico. Segundo a entidade, os resultados não alteram a tradição de que o tecido possui mais de 1.300 anos.

Contexto histórico e evidências científicas de uma origem antiga

Embora a Igreja Católica não tenha emitido uma posição oficial definitiva sobre a autenticidade do sudário, papas ao longo dos anos destacaram seu valor espiritual. Em 2015, o papa Francisco afirmou que a relíquia “nos atrai para o rosto e o corpo martirizado de Jesus” (CNA, 2015), enquanto o papa Bento XVI, em 2010, apontou que a imagem remete ao tempo em que o corpo de Jesus esteve no sepulcro, assumindo uma relevância espiritual infinita (CNA, 2010).

Estudos realizados nos últimos anos também reforçam a hipótese de que o tecido seja do primeiro século. Em 2024, uma pesquisa italiana analisou o sangue no sudário e concluiu que ele apresenta padrões compatíveis com tortura e crucificação, incluindo marcas de flagelação e pontos que sugerem movimentos do corpo ao ser envolvido pelo tecido (CNA, 2024).

Controvérsias e análises críticas

Embora diferentes estudos sustentem a antiguidade da peça, também há críticas que questionam a metodologia científica utilizada. Cheryl White, professora de história da Louisiana State University Shreveport, argumenta que Moraes não considerou toda a complexidade da imagem, que apresenta transferência direta de informações aliada a um mapeamento de distância corporal, o que seria difícil de reproduzir por um artista medieval (CNA, 2025).

Ad强调 que investigações científicas realizadas em 1988, com testes de radiocarbono, dataram o tecido entre os séculos XIII e XIV, indicando origem medieval. No entanto, estudos mais recentes, como o de 2022, sugerem que o sudário pode ser de aproximadamente 2.000 anos, apontando para uma origem do período de Cristo (CNA, 2022).

Outros indícios de antiguidade vêm de análises de poeiras e pólen de regiões do Oriente Médio, além de detalhes nas marcas de sangue compatíveis com a narrativa dos Evangelhos. Ainda assim, a controvérsia deve persistir, tendo em vista a ausência de consenso definitivo da Igreja e a complexidade dos estudos científicos.

No fim, a relíquia permanece como um símbolo de fé e esperança para milhões, refletindo a mensagem de amor e sacrifício de Jesus Cristo, como afirmou João Paulo II, que a chamou de “uma expressão do amor de Deus”.

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