Arqueólogos fizeram descobertas impressionantes que indicam a reocupação de Pompeia após a devastadora erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. A revelação foi feita nesta quarta-feira, 6 de agosto, pelos diretores do famoso site arqueológico. Essas novas evidências ajudam a compreender como a vida poderia ter retornado a uma cidade que outrora abrigava mais de 20 mil pessoas.
A vida renasce em meio à destruição
Após a erupção, que causou uma destruição massiva em Pompeia, muitos sobreviventes que não podiam se mudar para outras áreas decidiram retornar e se estabelecer em meio às ruínas. Além disso, muitos buscavam objetos de valor que haviam sido deixados para trás. De acordo com os arqueólogos, a reocupação parece ter resultado em uma “ocupação informal”, onde as pessoas viviam em condições precárias, sem a infraestrutura e os serviços típicos de uma cidade romana.
As descobertas sugerem que, apesar da calamidade, a vida não parou completamente em Pompeia. Os andares superiores das antigas casas foram reocupados, enquanto os andares de baixo eram transformados em adegas, munidas de fornos e moinhos. “Com base nos dados arqueológicos, deve ter sido um assentamento informal, onde as pessoas viviam em condições precárias”, afirmaram os especialistas.
A tragédia da erupção do Vesúvio
A erupção do Monte Vesúvio foi um dos acontecimentos mais trágicos da história romana, com evidências sugerindo que entre 15 a 20% da população de Pompeia morreu devido ao choque térmico provocado pela nuvem gigante de gases e cinzas. “Graças às novas escavações, a imagem agora está mais clara: o Pompeia pós-79 ressurge não apenas como uma cidade, mas como uma aglomeração precária e cinzenta, uma espécie de acampamento, uma favela entre as ruínas ainda reconhecíveis do que já foi Pompeia”, declarou Gabriel Zuchtriegel, diretor do local.
No entanto, a história da reocupação não é nova. Antigos vestígios tinham sido identificados anteriormente, mas, na ânsia de acessar os famosos afrescos coloridos e as casas bem preservadas, muitas vezes “os frágeis traços da reocupação do site foram literalmente removidos e, frequentemente, varridos sem qualquer documentação”. Zuchtriegel também observou que “o momento impactante da destruição da cidade em 79 d.C. dominou a memória, ofuscando outros eventos significativos”.
Pompeia: um Patrimônio da Humanidade em recuperação
Pompeia é reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO e é o segundo destino turístico mais visitado da Itália, perdendo apenas para o Coliseu em Roma. Somente no ano passado, a antiga cidade recebeu aproximadamente 4,17 milhões de visitantes. O sítio arqueológico cobre uma área total de cerca de 22 hectares, sendo que um terço desse total ainda está enterrado sob as cinzas do Vesúvio.
As novas descobertas em Pompeia não apenas nos informam sobre a tragédia do passado, mas também ressaltam a resiliência dos humanos e a luta pela sobrevivência em situações extremas. A história de reocupação de Pompeia é, portanto, um lembrete importante de que, mesmo nas circunstâncias mais sombrias, a vida encontra uma maneira de persistir.
As pesquisas em andamento prometem trazer à luz mais informações sobre esse fascinante capítulo da história romana, permitindo que possamos entender melhor a complexidade da vida após uma das erupções vulcânicas mais devastadoras de todos os tempos.