Brasil, 10 de agosto de 2025
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Defesa de Carla Zambelli divulga carta em que chama Moraes de ditador

A deputada federal Carla Zambelli, presa na Itália, chama Alexandre de Moraes de ditador em carta divulgada por sua defesa.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), detida na Itália, teve a sua defesa revelar uma carta em que critica o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), chamando-o de “ditador”. Neste documento, a parlamentar expressa que carrega “a consciência tranquila de quem é inocente”. A prisão de Zambelli ocorreu na semana passada, após dois meses foragida fora do Brasil, e foi resultado de um mandado de prisão expedido por Moraes devido a uma condenação a dez anos de prisão pela invasão hacker do sistema do Conselho Nacional de Justiça.

A prisão e as condições do presídio

Na última terça-feira, a deputada foi detida em um apartamento em Roma e, após passar por uma audiência de custódia na sexta-feira, sua prisão foi mantida. Ela se encontra atualmente na penitenciária feminina de Rebibbia, localizada na periferia da capital italiana. O ambiente carcerário é conhecido por suas condições precárias e superlotação, um tema que correu no debate público após a visita do Papa ao presídio.

Conteúdo da carta de Zambelli

“Quero me pronunciar e dizer que estou sendo ‘forte e corajosa’, mantenho a fé e a cabeça erguida, uma consciência tranquila de alguém inocente”, escreveu a deputada. Ela declarou ainda que “o Brasil é um país abençoado” e afirmou que “nenhum ditador nos colocará de joelhos”. A carta termina com uma citação da Bíblia: “tudo posso naquele que me fortalece”.

Perspectivas sobre o processo de extradição

Presa em território italiano, Carla Zambelli poderá enfrentar um longo e complexo processo de extradição. Com a audiência de custódia já realizada, o caso segue agora para a Corte de Apelação de Roma, onde a Justiça italiana junto aos advogados da deputada apresentarão seus argumentos. A decisão pode ser contestada na Corte de Cassação, a instância mais alta do sistema judiciário italiano.

Apesar de a decisão estar nas mãos do Judiciário, a palavra final pertence ao Ministério da Justiça da Itália, que pode negar a extradição por motivos políticos. O governo italiano, liderado por Giorgia Meloni, tem afinidade ideológica com alguns setores que apoiam Zambelli, o que pode influenciar na análise do caso.

Tempo estimado para o processo

Especialistas acreditam que o processo de extradição pode se prolongar por até dois anos, embora exista a possibilidade de que Zambelli obtenha a liberdade antes, especialmente se surgirem entraves de natureza política. A defesa poderá recorrer a diferentes instâncias, como o Tribunal Administrativo Regional e o Conselho de Estado, se a extradição for autorizada.

A repercussão na política brasileira

A detenção de Zambelli e as reivindicações expressas em sua carta não apenas acenderam um debate acirrado entre seus apoiadores e opositores, mas também colocaram em evidência as tensões existentes na política brasileira atual. As alegações de abuso de poder e injustiça levantadas pela deputada, ao se referir a Moraes como “ditador”, expõem uma fratura ideológica que tipifica o contexto político polarizado do Brasil.

Os desdobramentos desse caso serão acompanhados de perto, tanto no Brasil quanto na Itália, especialmente devido às implicações políticas que podem surgir do tratamento e do resultado do processo de extradição. A defesa de Zambelli já manifestou a intenção de brigar judicialmente pela sua libertação, o que promete prolongar a batalha legal e política nos próximos meses.

Com a situação em constante evolução, a atenção do público permanece voltada para as atualizações sobre o caso e as possíveis repercussões que ele pode gerar, tanto no cenário político nacional quanto nas relações entre Brasil e Itália.

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