Com o aumento significativo de casos do vírus chikungunya, autoridades chinesas implementaram medidas de quarentena semelhantes às observadas durante a pandemia de Covid-19. A cidade de Foshan, na província de Guangdong, registrou mais de 7.000 infecções, o que levou as autoridades a isolar pacientes em enfermarias cobertas com redes mosquiteiras.
Os pacientes são obrigados a permanecer em isolamento por uma semana ou até obterem resultados negativos, se isso acontecer antes. Embora o vírus não tenha causado mortes até o momento, a situação gerou preocupações tanto na China quanto no resto do mundo.
Medidas de viagem e riscos associados
Para intensificar as precauções, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) emitiram um aviso de viagem de Nível 2 para a província de Guangdong, recomendando que os americanos adotem medidas de proteção adicionais ao visitarem a região. Isso inclui o uso de repelentes de insetos, roupas de mangas longas e a preferência por acomodações com ar-condicionado ou protegidas por telas.
Cidades vizinhas, ao menos doze em Guangdong, também relataram o aumento de infecções, com cerca de 3.000 casos notificados na última semana, elevando o total para mais de 10.000 em todo o país. Aqueles que apresentarem sintomas como febre, dor nas articulações ou erupções cutâneas são aconselhados a procurar os serviços de saúde para testagem.
Chikungunya e seus perigos
O chikungunya é transmitido principalmente por mosquitos do gênero Aedes, notoriamente conhecidos por serem vetores do dengue e do Zika. Embora raramente resulte em morte, a doença causa sintomas debilitantes, incluindo febre alta, dor intensa nas articulações, dores musculares, cefaleia, náuseas, fadiga e erupções cutâneas.
Em 2023, a FDA aprovou uma vacina COVID-19 chamada IXCHIQ para adultos com 18 anos ou mais, e em 2025, outra vacina, VIMKUNYA, foi licenciada para pessoas com 12 anos ou mais. Ambas as vacinas são consideradas não rotineiras e recomendadas apenas para viajantes direcionados a áreas afetadas ou para trabalhadores de laboratório em risco.
Expansão do vírus e resposta global
O aumento global de casos teve início no começo de 2025, com surtos significativos relatados nas ilhas do Oceano Índico, como La Réunion, Mayotte e Maurício. O Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças registrou, até 4 de agosto deste ano, cerca de 240 mil casos de chikungunya, com 90 mortes registradas em 16 países.
A transmissão do vírus tem se expandido significativamente para regiões como Madagascar, Somália, Quênia e Índia, além de se aproximar da Europa. Casos foram identificados também em Samoa, Tonga, Polinésia Francesa, Fiji e Kiribati. Nos EUA, até 5 de agosto, foram reportados 46 casos da doença, todos contraídos por viajantes que retornaram de áreas de alto risco.
Compreendendo o chikungunya
Nos casos mais graves, a infecção pode acarretar complicações severas, afetando olhos, coração e sistema nervoso. Bebês recém-nascidos, idosos acima de 65 anos e indivíduos com condições de saúde pré-existentes apresentam maior risco de complicações, incluindo problemas cardiovasculares e até diabetes Tipo 2 ou hipertensão desencadeados pela inflamação pós-viral.
Importante ressaltar que o chikungunya não é transmitido de pessoa para pessoa. O vírus precisa da picada de um mosquito infectado, que se torna um vetor ao picar outra pessoa. Mulheres grávidas que contraem a doença próximo ao parto também podem transmitir o vírus para o recém-nascido, podendo ocasionar sérios problemas de saúde no bebê.
Atualmente, não há tratamento antiviral específico para o chikungunya, mas os sintomas podem ser controlados com repouso, ingestão de muitos líquidos e uso de analgésicos como o paracetamol. A questão é alarmante e deverá receber atenção contínua de autoridades e da comunidade internacional enquanto as infecções continuam a se propagar.