O governo brasileiro trabalha para divulgar um plano de socorro às empresas afetadas pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos. O ministro Fernando Haddad informa que aguarda um relatório detalhado do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para concluir o programa, que pode ser anunciado ainda nesta segunda-feira.
Planos de ajuda: setor por setor
Segundo Haddad, o relatório elaborado pelo ministério descreve a situação de cada empresa e setor diante da sobretaxa, permitindo uma resposta diferenciada. “Cada um está em uma situação distinta, e é importante que o auxílio leve em conta essa variedade”, afirmou o ministro. O objetivo é oferecer suporte às empresas que mais sofrem com o impacto do tarifaço, que entrou em vigor nesta quarta-feira.
Impacto na exportação do setor moveleiro
Conforme matéria da jornalista Ana Carolina Diniz, o setor moveleiro brasileiro, especialmente na região Sul, já registra perdas nas exportações para os EUA. Empresas que produzem móveis de pinos e eucalipto destinados ao mercado americano refletem a apreensão do setor, pois a incerteza prejudica negócios, investimentos e empregos.
Embora os produtos brasileiros enfrentem uma tarifa de 30%, a China, maior concorrente do Brasil, conseguiu suspender uma tarifa superior a 120%, e hoje seus produtos entram nos EUA com uma taxa menor. Isso reforça o desafio para o setor moveleiro brasileiro, que depende fortemente do mercado externo.
Possível exclusão de produtos essenciais
A ministra Simone Tebet acredita que produtos como café e carnes possam ser excluídos da sobretaxa americana. “Se os EUA fizerem isso, agirão por interesse próprio, pois o café brasileiro é fundamental para o mercado mundial e altamente dependente do Brasil,” explicou Tebet. O impacto da sobretaxa se reflete diretamente no preço final do consumidor, que paga mais caro na cafeteria ou na praça de alimentos industrializados.
Negociações e pontos de esforço brasileiro
Haddad reforçou que o governo continuará negociando com os EUA, especialmente na eventualidade de uma reunião com o secretário de Comércio americano na próxima semana. Destacou também a importância de discutir a questão dos minérios, que representam outro ponto de tensão na relação bilateral.
Vulnerabilidade de setores mais sensíveis
Setores como pescado, frutas e mel já começaram a sentir os efeitos do tarifaço antes de sua implementação oficial, por estarem mais vulneráveis às sobretaxas. “O tratamento diferenciado é essencial, especialmente para os pequenos produtores, que não possuem a mesma capacidade de absorção dos custos adicionais,” destacou Haddad.
Impacto no mercado de trabalho
Segundo dados, a perspectiva é de que o impacto das tarifas possa afetar o emprego no Brasil, tornando a definição dos efeitos econômicos mais clara nos próximos dias. O secretário Marinho aguarda a evolução do processo de taxação para fazer uma avaliação mais precisa do impacto no mercado de trabalho, conforme apurou reportagem do Globo.
Contexto político e relações internacionais
O governo americano tem tratado o Brasil como principal adversário neste momento, aplicando a maior tarifa entre todos os países. As razões envolvem questões políticas, especialmente relacionadas ao grupo bolsonarista, que impulsionaram essa estratégia de punição, evidenciando o peso das disputas internas na relação bilateral.
Segundo fontes, o grupo no poder busca neste momento uma saída que minimize os prejuízos econômicos e favoreça negociações para aliviar o impacto do tarifaço, principalmente para os setores mais vulneráveis e para as pequenas empresas que ainda não têm capacidade de suportar o aumento de custos.
Para acompanhar as atualizações e detalhes do plano de ajuda, acesse a matéria completa no blog do Globo.