Brasil, 7 de agosto de 2025
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Balança comercial encerra julho com o menor superávit para o mês em três anos

Com queda no valor do superávit devido à baixa nas exportações de commodities e ao aumento das importações, Brasil registra desempenho negativo para o período

A balança comercial brasileira registrou em julho o menor superávit para o mês em três anos, refletindo a queda no preço das commodities e o crescimento das importações, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Foram exportados US$ 7,075 bilhões a mais do que importou no período, uma redução de 6,3% em relação ao mesmo mês de 2024.

Superávit de julho e desempenho no acumulado

O resultado de julho representa o menor superávit mensal desde 2022, quando ficou em US$ 5,357 bilhões. No acumulado de janeiro a julho de 2025, a balança soma US$ 36,982 bilhões, um recuo de 24,7% em relação ao mesmo período do ano passado — o pior resultado desde 2020, quando o superávit foi de US$ 29,896 bilhões.

Parte dessa redução ocorreu devido a um déficit de US$ 471,6 milhões registrado em fevereiro, motivado pela importação de uma plataforma de petróleo (Fonte).

Comércio exterior recorde impulsiona balanço

Apesar do recorde em exportações e importações no mês passado, as compras externas cresceram mais. Em julho, as exportações atingiram US$ 32,310 bilhões, aumento de 4,8% na comparação anual, enquanto as importações somaram US$ 25,236 bilhões, crescimento de 8,4%.

Analisando a quantidade de mercadorias e os preços médios, o volume exportado subiu 7,2%, embora os preços tenham recuado 2,1%, refletindo a queda no valor das commodities. Nas importações, o volume cresceu 7,9%, enquanto os preços recuaram 0,2%, com impacto na composição do comércio.

Setores e produtos

Desempenho por setor

No setor agropecuário, a quantidade vendida caiu 2%, limitando o crescimento de 0,3% nas exportações, impulsionado pelo aumento do preço médio (3,3%). Já na indústria de transformação, o volume embarcado subiu 10,3%, com os preços recuando 1,6%, puxado pela recuperação econômica na Argentina, maior mercado para bens industriais brasileiros.

Na indústria extrativa, que inclui petróleo e minérios, as exportações de quantidade subiram 13,1%, enquanto os preços caíram 8,1%, reflexo da desaceleração da China e das tensões comerciais globais, sobretudo na guerra comercial dos EUA.

Produtos e suas variações

O agronegócio destacou-se com as exportações de soja, que cresceram 1,2%, refletindo aumento do volume embarcado (9%) apesar da queda de 7,1% nos preços médios. O café seguiu com alta, crescendo 25,4%, apoiado por aumento dos preços (57,5%) mesmo com redução de 20,4% no volume.

Por outro lado, as exportações de milho caíram 27,2%, devido ao fim da safra, com os preços subindo 6,3% e os volumes embarcados diminuindo 31,5%. No setor extrativo, as vendas de petróleo cresceram 8,1%, enquanto as de minério de ferro recuaram 8,8%, apesar do aumento de 4,7% na quantidade.

Nas importações, destaque para o aumento na compra de motores e máquinas (43,9%, US$ 325,2 milhões), além de adubos, fertilizantes e combustíveis, impulsionando o crescimento da corrente de comércio.

Perspectivas e projeções futuras

De acordo com o mais recente relatório do Mdic, divulgado em abril, a expectativa é de que o superávit total de 2025 fique em US$ 50,4 bilhões, uma queda de 32% ante 2024. A previsão oficial será revista em outubro, levando em conta a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos, que ainda não foi considerada nas estimativas.

As estimativas de mercado, como o boletim Focus do Banco Central, projetam um superávit de US$ 65,25 bilhões em 2025, números mais otimistas em relação às projeções oficiais, embora ambos indicam uma desaceleração na balança comercial brasileira neste ano.

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