Brasil, 8 de agosto de 2025
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A história de Jorge: a tartaruga que saiu da Argentina após 40 anos

Após 40 anos em cativeiro, Jorge, a tartaruga baiana, foi reintegrada ao mar, mas seu futuro permanece incerto.

Jorge, a famosa tartaruga-cabeçuda que passou quatro décadas em um aquário na Argentina, iniciou uma nova fase de sua vida após ser reintegrada ao mar. No entanto, a sua jornada está envolta em mistério desde que o dispositivo que acompanhava seu percurso via satélite deixou de funcionar. O último sinal registrado foi em 29 de julho, quando Jorge se encontrava na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Essa situação levanta dúvidas sobre o futuro do animal e destaca os desafios enfrentados na conservação das tartarugas marinhas.

Uma reintegração heroica

Jorge, que se tornou uma verdadeira celebridade em Mendonça, na Argentina, foi resgatado e levado para um aquário em 1984. Ao longo dos anos, o animal ganhava o carinho da população local, mas também gerou uma crescente pressão por sua libertação. Em 2021, um grupo de advogados ambientais foi à justiça para assegurar a liberdade de Jorge. Após um processo de readaptação de três anos, a tartaruga foi finalmente reintegrada ao seu habitat natural em abril de 2023.

Desde então, Jorge foi monitorado através de um dispositivo de rastreamento que transmitia informações sobre sua localização e comportamento. Segundo o assessor do Projeto Tamar, Gustavo Stahelin, a interrupção da transmissão é algo comum em experiências desse tipo. Ela pode ocorrer por várias razões, como o esgotamento da bateria ou desgaste dos sensores.

A importância do monitoramento para a conservação

O monitoramento de Jorge era crucial para entender melhor os hábitos e o comportamento da tartaruga-cabeçuda, uma espécie sobre a qual se sabe pouco, especialmente em relação aos machos. Gustava observa que, ao contrário das fêmeas, que costumam ser vistas durante a desova, pouco se conhece sobre a vida dos machos após a maturidade. “Acompanhar a jornada de Jorge poderia nos dar insights valiosos sobre sua reprodução e hábitos alimentares,” afirma.

Durante o período em que esteve sendo monitorado, Jorge apresentou um padrão interessante de migração, alternando entre áreas costeiras e mar aberto. Esses movimentos parecem estar ligados à busca por alimento e ao aproveitamento de correntes marinhas favoráveis. No entanto, a Baía de Guanabara não é um local de desova, o que levanta a possibilidade de que Jorge decida permanecer na área apenas para alimentação.

Desafios da reabilitação das tartarugas marinhas

O Projeto Tamar, responsável pela conservação das tartarugas marinhas no Brasil, já reabilitou muitos indivíduos em suas instalações. Entre as unidades de reabilitação, a situada na Praia do Forte, na Bahia, é uma das mais conhecidas. Aqui, tartarugas são tratadas após chegarem feridas, seja em razão da interferência humana ou de doenças naturais. O trabalho de estabilização e readaptação é crucial para garantir que esses animais possam retornar ao mar com segurança.

Quando um animal ferido é resgatado, a equipe do Projeto Tamar trabalha rapidamente para estabilizá-lo. O tempo necessário para a recuperação depende do estado de saúde do animal. Casos entre os mais comuns envolvem tartarugas que ingeriram lixo ou ficaram presas em redes de pesca. No caso de Jorge, a preocupação é saber se, após 40 anos em cativeiro, ele irá conseguir se integrar novamente ao seu ambiente natural.

O legado de Jorge e a conservação das tartarugas marinhas

Agora com aproximadamente 60 anos e pesando cerca de 130 quilos, Jorge é uma das tartarugas que mais tempo viveu em cativeiro em todo o mundo. Sua história é uma importante lição sobre a necessidade de respeito e cuidado com a vida marinha. Independentemente do que acontecer com Jorge, sua trajetória já contribuiu imensamente para a conscientização sobre a conservação das tartarugas marinhas.

Se você encontrar uma tartaruga ferida na Bahia, é fundamental entrar em contato com o Projeto Tamar através dos números (71) 98127-0038 ou (71) 99979-1563. Com a ajuda de todos, podemos garantir que mais histórias como a de Jorge tenham um final feliz.

Enquanto aguardamos novas informações sobre Jorge, sua história continua a inspirar esperança e dedicação à causa da conservação das tartarugas marinhas no Brasil.

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