A indústria moveleira brasileira vive um momento de apreensão diante da imposição de uma nova tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre a importação de móveis, anunciada nesta semana. Segundo representantes do setor, parte das exportações já foi suspensa, com contratos cancelados e empresas optando por férias coletivas para reduzir perdas.
Impactos da nova tarifa na exportação de móveis brasileiros
De acordo com Irineu Munhoz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), os Estados Unidos representam hoje o principal destino das exportações de móveis e colchões prontos do Brasil, correspondendo a 28% das vendas no primeiro semestre de 2025. A nova taxa afeta diretamente polos como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, locais com maior concentração de empresas voltadas ao mercado americano.
Munhoz destacou que o principal tipo de móvel exportado é feito de madeira de reflorestamento, como pinus e eucalipto, muitas vezes projetado especificamente para o consumidor norte-americano, dificultando o redirecionamento das vendas para outros mercados. “Algumas empresas quase dependem 100% do mercado dos EUA, o que torna a mudança de estratégia bastante complexa e pode levar ao encerramento de operações”, afirmou.
Desafios e expectativas diante do cenário atual
O setor já enfrenta dificuldades também por conta de a China ser o maior fornecedor de móveis ao mercado americano, com tarifas elevadas desde o governo Trump, o que elevou a expectativa de aumento nas exportações brasileiras. No entanto, a recente imposição de tarifas ao Brasil esfriou essa esperança, reforçando a vulnerabilidade do setor.
Para tentar aliviar o impacto, a Abimóvel reuniu-se com o vice-presidente Geraldo Alckmin na segunda-feira e solicitou ações como linhas de crédito emergencial e liberação rápida de créditos tributários. A associação também aguarda uma atuação diplomática efetiva para negociar a redução das tarifas.
Próximos passos e preocupação com os empregos
Segundo Munhoz, a prioridade do setor é a preservação de empregos diante do impacto imediato na liquidez das empresas. “Estamos confiantes de que as negociações diplomáticas possam surtir efeito e evitar uma crise maior no emprego e na produção”, afirmou.
O setor moveleiro brasileiro segue atento às negociações diplomáticas para conter os efeitos econômicos e preservar a cadeia produtiva. Segundo a associação, a situação exige medidas rápidas, incluindo linhas de crédito e ações oficiais, para evitar um desmonte completo da cadeia moveleira nacional.
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