Na semana passada, assisti a “Coyote Ugly” depois de anos e percebi que, mesmo após toda a controvérsia, acabei apoiando um personagem masculino em detrimento da protagonista feminina. A trama acompanha Violet (Piper Perabo), uma jovem que deixa sua cidade natal de South Amboy, Nova Jersey, para tentar realizar seu sonho de atuar na indústria musical em Nova York — uma jornada de apenas 42 milhas que, na minha cabeça adulta, pareceu diferente de uma aventura ao redor do mundo.
As primeiras impressões e expectativas
No começo, Violet é retratada como uma sonhadora ingênua, ao ponto de confundir um garçom australiano (Adam Garcia) com um agente importante — uma ingenuidade que, na minha visão de adulta, quase virou uma comédia de erros. Ainda assim, seu entusiasmo e vontade de vencer no universo musical foram fatores que, na infância, eu admirava, apesar de sua evidente falta de conhecimento sobre o mercado artístico.
O personagem do Hot Aussie Kevin e seu papel na história
Ao longo do filme, há uma figura que se destaca positivamente: Kevin (Tyrese Gibson), um dos clientes do bar Coyote Ugly. Apesar de ser um personagem secundário, Kevin demonstra uma postura mais madura, respeitosa e genuína. Sua dedicação à Violet, suas ações altruístas — sacrificando seu próprio bem-estar, como abrir mão de um seu item precioso para ajudar a protagonista — revelam um orgulho de personagem que, na minha fase adulta, consegui valorizar mais do que qualquer ilusão de sucesso ou glamour.
Por que acabei torcendo por Kevin
Na narrativa, Violet brinca, desafia limites e faz escolhas impulsivas, mas é Kevin quem, com sua paciência e respeito, acaba ganhando minha simpatia. Quando ela é injustamente desligada do emprego ou quando ela ignora seus sacrifícios, minha empatia por Ele cresce. Na minha cabeça de adulto, percebo que, às vezes, a lealdade, o respeito e o apoio silencioso de uma pessoa boa valem mais do que uma carreira ou uma conquista fugaz.
Reflexões finais e o retrato de uma época
“Coyote Ugly” continua sendo um filme divertido, cheio de clichês e momentos exagerados, mas minha experiência ao assisti-lo agora me fez perceber o quanto a perspectiva muda com o tempo. O que na juventude parece um filme de empoderamento feminino, ao reavaliar, revela um espaço onde a empatia e a moralidade estão mais com os personagens masculinos que se esforçam de verdade.
Por fim, talvez o maior aprendizado seja que a conexão verdadeira está naqueles que, mesmo com suas imperfeições, demonstram cuidado genuíno. E, na minha narrativa de adulto, isso se traduz na preferência por Kevin, que, na minha visão sensata, representa tudo o que uma boa pessoa deve ser.
Quando foi a última vez que assistiu a “Coyote Ugly”? Recomendo que assista na Hulu (clique aqui) e relembre se sua opinião mudou, assim como a minha.