As chamadas collabs, ou produtos colaborativos, têm se destacado no Brasil ao combinar marcas diferentes em uma mesma embalagem. Essa estratégia visa ampliar a base de consumidores e fortalecer o vínculo emocional através de experiências únicas, segundo especialistas.
O crescimento das collabs no mercado brasileiro
Empresas como a Diesel e Melissa, com uma linha de sandálias aromáticas, e a Nestlé, que lançou cápsulas de café inspiradas nos chocolates Kopenhagen, ilustram a tendência de parceiras que combinam atributos de marcas distintas.
De acordo com o professor Roberto Kanter, da FGV, essas parcerias funcionam como validadoras de qualidade mútuas e representam um investimento estratégico para ampliar o alcance e a imagem das marcas.
Marcas tradicionais e símbolos não corporativos em destaque
Recentemente, parcerias entre marcas e símbolos populares, como times de futebol ou artistas, têm conquistado o público. Um exemplo é a colaboração entre a Puma e a cantora Rosé, do Blackpink, com o lançamento de um tênis Speedcat, além das linhas de moda da Reserva com clubes brasileiros.
Desde 2022, a Reserva investe em coleções que envolvem times de futebol, como o Flamengo, gerando um faturamento de R$ 43,6 milhões até junho deste ano. Para 2026, a previsão é de crescimento de 50% no setor.
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Estratégias que fortalecem marcas e criam experiências
Para o especialista, as collabs representam uma conexão emocional que vai além do produto, despertando nostalgia ou sensação positiva, como aromas e símbolos da cultura pop. “Hoje, consumir é experimentar, e as marcas buscam criar momentos que envolvem emoção”, explica Roberto Kanter.
Um exemplo de sucesso recente é o hidratante labial Carmed, da Cimed, em parceria com a Fini, que aproveita o aroma das balas para atrair consumidores, além de aumentar a visibilidade da marca através da embalagem, que funciona como um “mini outdoor ambulante”.
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Impactos e perspectivas futuras
As collabs continuam ganhando força, com empresas formando investimentos conjuntos, diferentes do licenciamento. Segundo o professor Kanter, esse formato gera maior valor de marca e engajamento, especialmente com o público jovem.
O avanço das parcerias também reforça o conceito de que o consumo passou a valorizar experiências, emoções e conexões autobiográficas, levando marcas a se reinventarem constantemente e a explorarem novos segmentos e territórios.
Fonte: O Globo Economia