No último domingo, o mundo do automobilismo sofreu uma grande perda com a morte do piloto Chris Raschke, de 60 anos. O trágico acidente ocorreu durante a tradicional “Speed Week”, realizada nas planícies de sal de Bonneville, em Utah, Estados Unidos. Raschke estava a bordo de um streamliner, um veículo aerodinâmico projetado para altas velocidades, quando, ao atingir cerca de 455 km/h, perdeu o controle após aproximadamente quatro quilômetros de corrida.
As circunstâncias do acidente
Segundo informações do jornal americano CBS News, a organização responsável pelo evento, a Southern California Timing Association (SCTA), relatou que Raschke recebeu atendimento médico no local, mas não conseguiu sobreviver aos ferimentos. Ele dirigia o Speed Demon, um dos modelos mais icônicos da modalidade. O acidente trágico ocorreu em um dia repleto de emoções, onde 261 corridas foram realizadas, resultando em 18 novos recordes — sendo 11 em motocicletas e sete em carros.
O perigo do automobilismo
Dennis Sullivan, presidente da Associação de Corridas de Utah Salt Flats, comentou sobre a natureza arriscada do automobilismo: “O automobilismo é, por natureza, um esporte perigoso. Pessoas se machucam. Pessoas morrem. Mas isso não acontece com frequência.” O local das corridas, Bonneville Salt Flats, é notoriamente conhecido por sua superfície lisa, resultante da evaporação de um antigo lago. Com cerca de 11 km de extensão, ele tem sido palco de diversas filmagens famosas, inclusive em longas como Independence Day e The World’s Fastest Indian. As corridas acontecem à distância segura, onde o público precisa observar as disputas a cerca de 300 metros de distância.
Investigação e legado de Chris Raschke
O xerife do condado de Tooele confirmou que uma investigação está em andamento para entender melhor as circunstâncias que levaram à morte de Raschke, embora ainda não se tenha esclarecido a velocidade exata que o piloto esperava atingir. Raschke era um veterano do automobilismo, com mais de quatro décadas de experiência no setor, e era amplamente respeitado. Sua carreira começou nos anos 1980 no Ventura Raceway, e ele se destacou na construção e manutenção de carros de corrida. Atualmente, além de piloto, ele trabalhava em uma empresa que fabricava fixadores para veículos de competição.
Keith Pedersen, diretor da Speed Week, expressou sua tristeza pela perda: “Ele era parte essencial da comunidade. Vai fazer muita falta.” A morte de Chris Raschke representa uma grande perda não apenas para sua família, mas para todo o ecossistema do automobilismo, que perde um de seus grandes nomes.
A última fatalidade no local ocorreu em 2016, quando o piloto Sam Wheeler sofreu um acidente enquanto tentava atingir a velocidade de 320 km/h. Este triste evento reforça os riscos inerentes ao esporte, que, apesar de todos os esforços para garantir a segurança dos pilotos, permanece uma atividade repleta de desafios e perigos.
A comunidade do automobilismo se despede de Chris Raschke, lembrando sua paixão e dedicação à velocidade, que, apesar dos riscos, emocionou e inspirou tantos ao longo dos anos.