Autoridades de saúde de Nova York emitiram um alerta na última sexta-feira, dia 4 de agosto, sobre um surto de doença do legionário na região de Harlem, que já afetou cerca de 60 pessoas e resultou em duas mortes. O fenômeno, causado pela bactéria Legionella, está ligado a problemas relacionados a sistemas de refrigeração e água em edifícios públicos e privados.
Origem provável do surto de Legionella em Nova York
Segundo a Secretaria de Saúde da cidade, as fontes mais prováveis são torres de refrigeração, equipamentos comuns em sistemas de ar condicionado que distribuem névoa contendo bactérias potencialmente mortais. Até o momento, a cidade identificou Legionella em 11 dessas torres, que podem dispersar partículas finas de água contaminada no ar.
De acordo com o Departamento de Saúde, “é seguro consumir água potável, tomar banho, usar o ar-condicionado ou lavar louça”, tranquilizando a população. A maior preocupação, no entanto, reside na inalação das partículas de névoa, que podem gerar infecção.
Sintomas e investigação médica
Os sintomas geralmente aparecem entre dois e 14 dias após a exposição às bactérias e se assemelham aos de uma pneumonia, incluindo febre, tosse, dores de cabeça e falta de ar. Alguns pacientes também podem apresentar diarreia, náusea ou confusão mental. Como esses sinais são semelhantes aos da gripe, muitos médicos podem não suspeitar inicialmente de legionella, a menos que haja uma epidemia na área ou sinais específicos de diagnóstico.
Para confirmar a infecção, profissionais de saúde podem solicitar radiografia de tórax, seguida de testes mais específicos, como amostra de urina ou de saliva, para detectar a bactéria.
Fontes de contaminação e formas de prevenção
A bactéria Legionella habita naturalmente corpos d’água, como lagos e rios, mas também pode proliferar em sistemas de água artificial, incluindo fontes, spas, névoas de refrescamento, e até tanques de lavagem de veículos. Temperaturas entre 77°F e 113°F favorecem o crescimento bacteriano, sobretudo em ambientes controlados.
O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) recomenda que operadores de edifícios monitorem regularmente a qualidade da água e utilizem disinfectantes, como cloro, para evitar multiplicação da bactéria. Manter o pH adequado das águas também é fundamental para garantir a eficácia da desinfecção.
Perspectivas e cuidados com a saúde
Especialistas alertam que a inalação de partículas de névoa contaminada é o principal modo de transmissão. Portanto, o uso de máscaras, a manutenção de sistemas de água em bom estado e o monitoramento de possíveis surtos podem ajudar a evitar novos casos.
As autoridades de saúde continuam investigando as fontes do surto e reforçando campanhas de conscientização na cidade. Caso apresente sintomas semelhantes aos descritos, moradores de Harlem são orientados a procurar assistência médica imediatamente.