A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira que há possibilidades de o café e a carne ficarem de fora ou não sofrerem tanto impacto da tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Segundo ela, uma eventual exclusão desses itens seria mais benéfica para os norte-americanos do que para o Brasil, devido à dificuldade de substituição no mercado internacional.
Potencial exclusão de café e carne da tarifa de Trump
“Por interesse deles, a carne e o café, eles têm muito mais desvantagem que nós. O café, porque o do Vietnã, não é por questão de qualidade, é que o Vietnã também teve um problema de safra. A gente consegue reposicionar, ainda que não seja amanhã, mas a curto prazo, esses dois produtos”, explicou Tebet. Ela ressaltou que a carne brasileira pode sofrer mudanças na produção para atender aos cortes específicos demandados pelos EUA, o que dificultaria a substituição.
Possibilidade de mudanças na lista de produtos atingidos
A ministra também destacou que ainda há espaço para alterações na lista de produtos que serão afetados pela tarifa. “Pode ser que a gente tenha uma surpresa nos próximos dias, não precisa ser necessariamente amanhã”, afirmou Tebet, indicando que novas decisões podem ser divulgadas em breve.
Impacto fiscal e ações emergenciais
Tebet esclareceu que, no momento, não há impacto fiscal relevante decorrente das medidas de apoio a setores afetados pela tarifa. Ela explicou que ações emergenciais, como alongamento de prazos, períodos de carência, juros diferenciados e subsídios, podem ser implementadas sem necessidade de grande aporte orçamentário, utilizando instrumentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Pode até ter algum impacto fiscal, mas as medidas prioritárias e mais emergenciais agora não necessariamente passam pelo fiscal. E aquilo que passar, a gente já teve uma experiência da pandemia: setores específicos que efetivamente precisam, juntam esses valores e mandam para o Congresso Nacional”, complementou Tebet.
A ministra finalizou destacando que o foco atual é na implementação de ações rápidas para minimizar os efeitos econômicos da tarifa, sem comprometer significativamente as finanças públicas. A previsão é de que novidades sobre a lista de produtos afetados sejam divulgadas nos próximos dias.