Brasil, 5 de agosto de 2025
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Fortuna Düsseldorf cancela contratação de jogador israelense após protestos

Decisão do clube alemão se deu devido a comentários polêmicos de Shon Weissman sobre o conflito em Gaza.

O Fortuna Düsseldorf, time que compete na segunda divisão da Alemanha, decidiu não prosseguir com a contratação do atacante israelense Shon Weissman após uma onda de protestos expressos por torcedores nas redes sociais. A decisão foi divulgada pelo jornal Bild nesta terça-feira, que relatou o descontentamento de muitos torcedores diante da possível chegada do jogador, atualmente ligado ao Granada, da Espanha.

Protestos e Reações nas Redes Sociais

Nesta terça-feira, o Fortuna Düsseldorf se manifestou no X, afirmando: “Analisamos Shon Weissman intensamente, mas no final decidimos não contratá-lo”. No entanto, o clube não ofereceu esclarecimentos sobre os verdadeiros motivos por trás de sua decisão. O Bild destacou que a rejeição dos torcedores foi maior após Weissman ter já se apresentado na Alemanha e ter realizado exames médicos em preparação para sua assinatura de contrato.

Weissman, de 29 anos e que soma 33 partidas pela seleção israelense, havia expressado suas opiniões nas redes sociais após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, que resultou na morte de 1.219 pessoas. Esse ataque desencadeou uma ofensiva israelense em Gaza, que resultou em mais de 60 mil mortes, segundo dados oficiais. Em postagens nas redes sociais, Weissman fez declarações contundentes, como pedir que Israel “apagasse Gaza do mapa” e sugerir o lançamento de 200 toneladas de bombas sobre a região.

Declarações Controversas e Consequências

Em uma das suas mensagens, Weissman ainda afirmou: “Não existem inocentes [em Gaza], eles não precisam ser avisados”. Posteriormente, ele deletou essas publicações, alegando que foram erros cometidos em um momento de grande tensão. Entretanto, a repercussão negativa levou torcedores do Fortuna Düsseldorf a lançarem uma petição contra sua contratação, alegando que os comentários do jogador eram “desrespeitosos e discriminatórios” e não estavam alinhados aos princípios que o clube busca promover.

Após a decisão de não seguir com a contratação, Weissman postou uma mensagem em suas redes sociais ressaltando a necessidade de se opor ao que considera “danos a pessoas inocentes de ambos os lados”. Ele também protestou contra a forma como estava sendo representado na mídia, defendendo que não deve ser definido por três curtidas e um comentário excluído.

Weissman afirmou: “Sou filho de uma nação que ainda sofre com os horrores do dia 7 de outubro. Aquele dia sombrio, quando famílias inteiras foram assassinadas, sequestradas e brutalizadas, continua sendo uma ferida aberta para mim, como pessoa, como israelense e como atleta que representa meu país”.

A Posição do Fortuna Düsseldorf

O jornal Bild também mencionou que o Fortuna Düsseldorf e Weissman haviam planejado a emissão de um comunicado de desculpas a respeito dos comentários defendidos pelo jogador. Interesse semelhante por atletas israelenses não é novidade, uma vez que Weissman já havia enfrentado protestos em sua contratação pelo Granada, iniciado em janeiro de 2023. Além disso, não é o único caso em que a carreira de um jogador de futebol foi impactada pela guerra em Gaza.

No início de 2023, o Mainz, da primeira divisão da Alemanha, demitiu Anwar El Ghazi, jogador de origem marroquina, devido a postagens controversas sobre o conflito. O zagueiro do Bayern de Munique, Noussair Mazraoui, atualmente no Manchester United, também se viu obrigado a se desculpar após manifestar apoio aos “nossos oprimidos irmãos da Palestina” em suas redes sociais.

A situação envolvendo Weissman levanta questões importantes sobre a relação entre esportes, discurso e política, evidenciando como as opiniões pessoais de atletas podem repercutir em suas carreiras e impactar decisões estratégicas de clubes.

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