Brasil, 5 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Flávio Bolsonaro nega que pai tenha solicitado postagem controversa

Senador diz que publicou post em defesa do pai e critica decisão de Moraes.

Em meio à turbulência política, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) veio a público nesta terça-feira para esclarecer que não foi o ex-presidente Jair Bolsonaro quem o instruiu a publicar um controverso post nas redes sociais. Essa postagem foi utilizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como um dos argumentos para a prisão do ex-mandatário, determinada após o descumprimento de medidas cautelares. Flávio se defendeu e criticou a decisão, acentuando as tensões entre a oposição e o Judiciário no Brasil.

A polêmica da postagem no Instagram

Flávio Bolsonaro, em uma coletiva de imprensa, afirmou categoricamente que a decisão de publicar o post foi exclusivamente sua: “Não foi o presidente (Bolsonaro) que me mandou postar nada. Fui eu”, disse ele, argumentando que o ex-presidente não tinha a intenção de infringir a proibição de uso das redes sociais, que está vigente desde que determinadas medidas cautelares foram impostas a ele.

O conteúdo da postagem, que se dirigia aos manifestantes que participaram do ato anti-STF em Copacabana, no último domingo, foi considerado por Moraes como uma transgressão às limitações impostas ao ex-presidente. O ministro enfatizou que a gravidade da situação foi evidente a ponto de Flávio optar por remover a postagem para evitar mais complicações legais: “O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que… o próprio filho do réu decidiu remover a postagem”, afirmou Moraes.

Críticas à atuação de Alexandre de Moraes

Durante a coletiva, Flávio Bolsonaro não hesitou em criticar a atuação do ministro, alegando que agir contra a sua família que está sendo investigada quebra uma “regra moral da sociedade”. Esse tipo de retórica reflete a crescente animosidade entre a ala bolsonarista e o Judiciário, especialmente face à percepção de que seus direitos estão sendo violados.

Pacote de medidas da oposição

Neste cenário conturbado, Flávio anunciou que a oposição está preparando um conjunto de medidas propostas que inclui a anistia a condenados e investigados pelos acontecimentos de 8 de janeiro, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e a extinção do foro privilegiado para autoridades. Essas ações visam reforçar o poder da oposição nas casas legislativas e responder ao que consideram uma perseguição política.

A obstrução dos trabalhos na Câmara e no Senado também foi mencionada, com críticas direcionadas aos presidentes das duas casas. O senador Rogério Marinho expressou sua frustração, afirmando que não consegue diálogo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. “Isso é um desrespeito. Ele pode ser aliado do governo, mas não pode virar as costas a uma demanda imposta pelo parlamento”, argumentou.

Reunião da oposição e próximos passos

Antes da coletiva, Flávio e outros parlamentares da oposição se reuniram por cerca de uma hora no apartamento funcional do líder oposicionista, deputado Zucco (PL-RS). Entre os participantes, estavam nomes conhecidos da base bolsonarista, como Filipe Barros e Caroline de Toni. A avaliação unânime do encontro foi a urgência de uma resposta política à prisão de Jair Bolsonaro, intensificando a retórica de que o ex-presidente é alvo de uma perseguição judicial.

Entre as pautas que emergiram da reunião, estão propostas que buscam limitar os poderes do STF e mudanças nas regras de indicação de ministros, além de um reforço no discurso de ruptura institucional relacionado aos eventos de janeiro.

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro foi determinada por Moraes após indícios de que ele teria violado medidas cautelares no âmbito do inquérito sobre milícias digitais. Desde 18 de julho, Bolsonaro estava sob vigilância e usava tornozeleira eletrônica, suspeito de estar envolvido em articulações internacionais que contrariam autoridades brasileiras.

Esse contexto tenso entre políticos e o Judiciário marca um novo capítulo na política brasileira, com a oposição unindo forças para desafiar decisões do STF e tentando reverter o que consideram injustiças contra Jair Bolsonaro.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes