Brasil, 8 de agosto de 2025
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Críticas ao estudo sobre o Sudário de Turim e suas implicações

O arcebispo de Turim critica estudo recente que sugere nova origem da imagem do Sudário, rebatido por análises científicas.

O Sudário de Turim, uma das mais enigmáticas relíquias da tradição cristã, tem sido objeto de atenção e debate. Recentemente, o arcebispo de Turim, cardeal Roberto Repole, custódio pontifício do Sudário, manifestou preocupações a respeito de um estudo publicado na revista Archaeometry. O artigo sugere que a imagem no tecido teria sido criada por um baixo-relevo medieval, hipótese que foi prontamente refutada por especialistas do Centro Internacional de Estudos sobre o Sudário de Turim (CISS).

A controvérsia em torno do estudo

O artigo intitulado “Image formation on the Holy Shroud – A digital 3D approach”, de Cicero Moraes, apresenta uma nova abordagem sobre como a imagem no Sudário pode ter sido formada. Moraes utiliza modelos 3D e simulações físicas para argumentar que a imagem poderia ter sido criada por um baixo-relevo, em vez de ser resultado de um contato direto com um corpo humano. No entanto, o arcebispo Repole expressou preocupação com a superficialidade das conclusões apresentadas, ressaltando que, embora novos modelos possam atrair atenção, é crucial que a análise permaneça fundamentada em dados comprovados.

Análise do Centro Internacional de Estudos sobre o Sudário

Em resposta ao artigo, o CISS publicou um documento detalhando a análise e os métodos utilizados por Moraes. A principal crítica do CISS gira em torno da conclusão do autor, que afirma que a imagem do Sudário é uma projeção ortogonal bem conhecida, já discutida por estudiosos desde 1902. Segundo o CISS, não houve nenhuma contribuição nova ou válida ao debate, pois as evidências históricas e científicas já refutam teorias que consideram a possibilidade de a imagem ser um resultado de ausência de contato direto com o corpo.

Os especialistas do centro analisaram que a hipótese de formação da imagem do Sudário por pintura ou contato com um modelo aquecido já havia sido descartada em estudos anteriores, especialmente a partir de 1978, quando um grupo de especialistas procedeu com análises químico-físicas do tecido. A conclusão clara é que a formação da imagem é incompatível com as teorias basilares apresentadas no recente artigo de Moraes, que o CISS considera serem apenas um ressurgimento de ideias rejeitadas por análises anteriores.

A chamada para um enfoque sério e interdisciplinar

O CISS enfatiza a importância de um enfoque rigoroso e interdisciplinar para o estudo do Sudário, integrando os dados de várias disciplinas científicas. Embora modelos digitais possam ajudar na reflexão sobre o Sudário, a análise física e química do artefato é insubstituível. Os especialistas recordaram que, enquanto a tecnologia avança, a necessidade de evidências concretas deve sempre prevalecer nas discussões sobre esta relíquia histórica e religiosa.

Testemunhos de especialistas

Além das críticas do CISS, Emanuela Marinelli, uma renomada estudiosa do Sudário, também se manifestou contra as conclusões do estudo publicado. Em uma entrevista à Agência Sir, Marinelli descreveu o artigo como uma operação midiática desprovida de valor científico, que ignora evidências cruciais, como a presença de sangue humano e microvestígios que remetem a Jerusalém, locais que são fundamentais para a compreensão da relação histórica e cultural do Sudário.

Conclusão

A discussão em torno do Sudário de Turim continua a ser marcada por polêmicas e desentendimentos, uma vez que novas teorias desafiam a sabedoria acumulada sobre a relíquia por séculos. O alerta do arcebispo Repole e das autoridades científicas é um chamado à cautela e à seriedade na análise de novidades que, apesar de atrativas, precisam ser fundamentadas em evidências robustas e não em especulações.

O Sudário de Turim continuará a fascinar e provocar discussões intermináveis sobre sua natureza e origem, mas é essencial que, na busca pela verdade, a comunidade científica mantenha um padrão elevado de integridade metodológica e rigor analítico.

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