Conor McGregor, conhecido mundialmente como ex-campeão do UFC, anunciou sua candidatura à presidência da Irlanda, mesmo diante de uma recepção fria por parte do eleitorado. Sua decisão de concorrer surgiu logo após um encontro com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em março deste ano. McGregor, que sempre se destacou pelo carisma e pelas controvérsias, fez seu anúncio em uma longa postagem no Twitter, onde criticou um projeto de lei sobre imigração apresentado pela União Europeia e prometeu combatê-lo.
A falta de apoio e obstáculos legais
Desde que anunciou suas intenções políticas, a mídia irlandesa não perdeu tempo em abordar os desafios que McGregor enfrenta. Um dos principais obstáculos é a legislação eleitoral irlandesa, que exige que um candidato obtém a nomeação de 20 membros do Oireachtas (assembleia irlandesa) para aparecer na cédula. Segundo uma pesquisa realizada em março, a esmagadora maioria dos conselheiros municipais da Irlanda não demonstrou apoio à candidatura de McGregor, que se destaca por sua trajetória no esporte, mas carece de a experiência política necessária.
Além disso, uma pesquisa realizada logo após o anúncio da candidatura revelou que apenas 7% dos entrevistados afirmaram que votariam nele, o que reflete a dificuldade que o lutador enfrenta para conquistar a confiança do povo irlandês. Apesar disso, Conor McGregor não se deixou abater pelas dificuldades e, nesta terça-feira, publicou outra mensagem em suas redes sociais. Nesta nova declaração, ele criticou severamente o atual processo de nomeação e fez um apelo por mudanças.
Proposta de mudança no sistema eleitoral
Para os estimados cidadãos da Irlanda e da diáspora irlandesa,
Eu, Conor McGregor, declaro minha intenção de buscar o estimado cargo de Presidente da Irlanda. No entanto, o atual quadro constitucional apresenta um obstáculo significativo à participação democrática. As regulamentações atuais exigem que um candidato obtenha nomeações de vinte membros do Oireachtas ou de quatro conselhos municipais para ser elegível para a cédula. Embora esse sistema tenha a intenção de garantir um certo grau de influência política entre os candidatos, ele, inadvertidamente, restringe a voz direta do eleitorado irlandês.
Diante disso, proponho uma petição que defenda a modificação do processo de nomeação para permitir que meu nome seja incluído na cédula. Acredito que os cidadãos da Irlanda, tanto em casa quanto no exterior, devem ter o direito irrestrito de determinar os candidatos que aparecem na cédula presidencial. Portanto, imploro a vocês que se unam a mim nesta empreitada assinando esta petição. Seu apoio será fundamental para promover um processo eleitoral mais inclusivo e democrático, capacitando o povo da Irlanda a moldar seu próprio futuro.
ASSINE MINHA PETIÇÃO AGORA PARA SALVAR A IRLANDA!
No tweet, McGregor incluiu um link para sua petição online, demonstrando seu comprometimento em modificar o sistema e buscar uma maior inclusão no processo eleitoral irlandês. Sua insistência em seguir com a candidatura, mesmo com tanques baixos de apoio, levanta questões sobre a relação entre notoriedade, carisma e a efetividade na política, colocando McGregor no centro de um debate sobre a acessibilidade do sistema democrático na Irlanda.
O que vem a seguir?
Enquanto McGregor luta para angariar o apoio necessário para nominar sua candidatura, ele se depara não apenas com a resistência de membros do Oireachtas, mas também com a desconfiança de um eleitorado que, até o momento, parece cético quanto à sua capacidade de liderar. O cenário atual levanta questões sobre a autenticidade das aspirações políticas de figuras de destaque do entretenimento, e se suas celebridades podem ser traduzidas em apoio político real.
Seja como for, o ex-lutador certamente não é novidade nos headlines, e, à medida que avança ao longo deste caminho até a eleição, o mundo observará de perto suas próximas manobras, assim como as respostas do público irlandês. Com sua personalidade maior que a vida e uma proposta de mudança, Conor McGregor promete continuar a ser uma figura polêmica, não só dentro do octógono, mas agora também no cenário político irlandês.